27/02/2025
Produtos químicos aromatizados produzem poluição dentro da sua casa
Redação do Diário da Saúde
Riscos dos aromatizantes
Quando você anda por uma floresta de pinheiros, o aroma fresco e tonificante é uma das primeiras coisas que você nota. E então você tem a ideia de levar esse aroma para dentro da sua casa.
Mas trazer esse aroma de pinho ou outros aromas para dentro de casa com a ajuda de produtos químicos pode não ser uma boa ideia. Aromatizantes, purificadores de ar, velas, limpadores de piso, desodorantes e outros produtos similares rapidamente enchem o ar com partículas em nanoescala que são pequenas o suficiente para entrar profundamente em seus pulmões.
Essas nanopartículas se formam quando as fragrâncias interagem com o ozônio, que entra nos edifícios e casas por meio de sistemas de ventilação, desencadeando transformações químicas que criam novos poluentes dispersos pelo ar.
"Uma floresta é um ambiente imaculado, mas se você estiver usando produtos de limpeza e aromaterapia cheios de aromas quimicamente fabricados para recriar uma floresta em sua casa, estará na verdade criando uma quantidade enorme de poluição do ar interno que não deveria estar respirando," garante a professora Nusrat Jung, da Universidade Purdue (EUA).
Por exemplo, Jung descobriu que cera derretida perfumada, normalmente anunciada como não tóxica por não produzir chamas, na verdade polui o ar interno pelo menos tanto quanto as tradicionais velas que queimam.
Perigos das nanopartículas
Nanopartículas, partículas com apenas alguns nanômetros de diâmetro, podem penetrar profundamente no sistema respiratório e se espalhar para outros órgãos.
"Para entender como as partículas transportadas pelo ar se formam em ambientes fechados, você precisa medir as menores nanopartículas - até um único nanômetro. Nessa escala, podemos observar os estágios iniciais da formação de novas partículas, onde as fragrâncias reagem com o ozônio para formar pequenos aglomerados moleculares. Esses aglomerados então evoluem rapidamente, crescendo e se transformando no ar ao nosso redor," explica o professor Brandon Boor, coordenador da pesquisa.
Em um "laboratório residencial", um espaço dedicado à pesquisa da qualidade do ar interno com todas as características de uma casa típica, Jung e Boor usaram os mais recentes instrumentos de qualidade do ar desenvolvidos pela indústria para monitorar como os produtos domésticos emitem produtos químicos que evaporam facilmente, chamados de produtos químicos voláteis, e geram as menores nanopartículas transportadas pelo ar.
Com esse nível sem precedentes de detalhes e precisão, os dois pesquisadores fizeram descobertas que indicam que muitos produtos domésticos usados diariamente em ambientes fechados podem não ser tão seguros quanto se pensava anteriormente.
"Nossa pesquisa mostra que produtos perfumados não são apenas fontes passivas de aromas agradáveis - eles alteram ativamente a química do ar interno, levando à formação de nanopartículas em concentrações que podem ter implicações significativas para a saúde," disse Jung. "Esses processos devem ser considerados no projeto e na operação de edifícios e seus sistemas de ar-condicionado para reduzir nossas exposições."
Fonte: Diário da Saúde - www.diariodasaude.com.br
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