26/07/2022

Problemas para sentir cheiros? Veja o que ajuda e o que atrapalha

Redação do Diário da Saúde

Perda olfativa

O olfato desempenha um papel fundamental na nossa capacidade de apreciar a comida.

No entanto, muitas pessoas apresentam perda olfativa de algum grau, e isso pode afetar sua saúde e qualidade de vida.

Perder o olfato ou tê-lo distorcido afeta mais do que os hábitos alimentares e culinários, explica o professor Alexander Fjaldstad, da Universidade de Aarhus (Dinamarca): "A redução do prazer ao comer e as consequências sociais disso são muito importantes para os pacientes, e muitas vezes têm sérias consequências para sua qualidade de vida".

A equipe do professor Fjaldstad descobriu que 39% dos pacientes com distúrbios graves do olfato têm uma incidência significativamente maior de perda indesejada de peso.

Cozinhar o mais rápido possível

Os pesquisadores identificaram 271 pacientes que perderam ou tiveram um olfato reduzido (disfunção olfativa) e 251 que tinham um olfato distorcido (parosmia). Eles então convidaram 166 voluntários sem problemas olfativos para compor um grupo de controle.

Os pacientes com olfato distorcido diferem do grupo controle tanto no que diz respeito às preferências alimentares quanto à capacidade e desejo de cozinhar.

"Os pacientes expressaram o desejo de cozinhar o mais rápido possível. Eles não acham cozinhar uma atividade tão agradável quanto antes, estão menos interessados em cozinhar para os outros e perderam o desejo de experimentar novos alimentos. E menor variação nos hábitos alimentares pode afetar a saúde," disse Fjaldstad.

Como redescobrir uma sensação de prazer

Embora não haja tratamentos específicos para os distúrbios olfativos, os pesquisadores descobriram como usar alimentos com diferentes sabores básicos, texturas e sensação na boca para devolver ao paciente um pouco do prazer de se alimentar.

Quando um cheiro de comida liberado na cavidade oral não é interceptado pelos receptores olfativos no nariz, é possível compensar focando em outras entradas sensoriais.

Em outras palavras, os outros sentidos podem potencializar a experiência de comer, dando à pessoa uma maior satisfação alimentar, uma melhor experiência multissensorial e, assim, uma melhor qualidade de vida.

"Os pacientes acham que cozinhar é um desafio, mas o estudo pode ajudar porque esclarece quais ingredientes são desagradáveis ou agradáveis quando seu olfato está distorcido," disse Fjaldstad.

Por exemplo, frutas secas, pimenta, mentol e óleo de colza são boas opções de alimentos para pacientes que têm olfato e paladar distorcidos. Ao comer esses alimentos, a sensação na boca ajuda a fornecer estímulos sensoriais quando o olfato falha.

Por outro lado, pacientes com olfato distorcido devem evitar café, cogumelos, manteiga, gengibre, pimenta preta e pão torrado, uma vez que esses alimentos geralmente proporcionam muito menos prazer. Isso se deve a uma combinação de maior incidência de detecção de cheiros distorcidos e ao fato de alguns desses alimentos estimularem fortemente os outros sentidos químicos, o que se torna desagradável quando o aroma não está presente.

 

Fonte: Diário da Saúde - www.diariodasaude.com.br

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