Primeiro sinal da doença de Parkinson pode ser detectado na voz

O programa detecta Parkinson em estágio inicial analisando uma gravação de voz do paciente.[Imagem: Pexels/Pixabay]

Diagnóstico de Parkinson pela voz

Lidar com a doença de Parkinson, seja como paciente, seja como médico, é particularmente frustrante porque, além não haver tratamento, não existem ainda sequer métodos diagnósticos seguros para avaliar quando uma pessoa começa a desenvolver a doença.

Com inúmeras equipes ao redor do mundo trabalhando, sem sucesso, em busca de biomarcadores que possam ser encontrados no sangue ou na urina, por exemplo, Rytis Maskeliunas e seus colegas da Universidade Kaunas de Tecnologia (Lituânia) decidiram procurar sinais precoces da demência em outros lugares.

E eles descobriram que a doença de Parkinson pode se apresentar de um modo que não exige sequer uma seringa para ser detectado: Pela voz.

Maskeliunas descobriu que pacientes com doença de Parkinson em estágio inicial costumam falar com voz mais baixa, que aos poucos vai se tornando mais monótona, menos expressiva, mais lenta e mais fragmentada. À medida que a doença progride, rouquidão, gagueira, pronúncia arrastada das palavras e perda de pausas entre as palavras podem se tornar mais aparentes.

Como pode ser difícil de perceber de ouvido os primeiros sinais, os pesquisadores estão desenvolvendo um software de análise de sinais digitais para encontrar esses padrões em uma gravação da voz dos pacientes.

"Nós não estamos criando um substituto para um exame de rotina do paciente - nosso método é projetado para facilitar o diagnóstico precoce da doença e acompanhar a eficácia do tratamento," disse Maskeliunas.

Tradução

Os pesquisadores usaram inteligência artificial (IA) para analisar e avaliar os sinais de fala gravados.

"Até o momento, nossa abordagem é capaz de distinguir um paciente com Parkinson de pessoas saudáveis usando uma amostra de fala. Esse algoritmo também é mais preciso do que o proposto anteriormente," disse o professor Kipras Pribuisis, coordenador da equipe.

Como funcionou bem com as primeiras amostras, a equipe agora pretende ampliar o número de pacientes analisados, para checar se a ferramenta é mesmo genérica. Para que o programa possa ganhar um uso mais amplo, ele terá também que ser traduzido para outros idiomas: O protótipo só funciona em lituano.

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