Polarização? Eleitores adversários concordam em 90% dos seus valores fundamentais

Quando se fala sobre o que é realmente importante, os dois grupos são quase totalmente iguais. [Imagem: Wolf/Hanel - 10.1177/19485506241263887]

Valores fundamentais

A grande maioria dos eleitores pensa da mesma forma sobre o que considera importante na vida, mas tanto os conservadores quanto os progressistas não conseguem reconhecer as opiniões e os valores que compartilham com seus adversários políticos.

"Há uma percepção geral de que os eleitores [conservadores e progressistas] estão profundamente divididos, mas nosso novo estudo sugere que essas diferenças de opinião entre os dois grupos são muito exageradas e que os grupos são, na verdade, muito semelhantes nos valores que consideram importantes," disse o professor Lukas Wolf, da Universidade de Bath.

Em um esforço para reduzir o conflito social e a divisão na sociedade, o Dr. Wolf e seu colega Paul Hanel, da Universidade de Essex (Reino Unido), conclamam que jornalistas, cientistas sociais e ativistas em geral se concentrem menos nas diferenças e, em vez disso, chamem a atenção para as semelhanças reais e substanciais nos valores fundamentais entre conservadores e progressistas.

Concordância humana

Os dois pesquisadores entrevistaram 2.529 pessoas, com números aproximadamente iguais que se declaravam conservadores e progressistas. O questionário se concentrava nos valores fundamentais da pessoa humana, e não em assuntos de cunho político.

Os dois grupos mostraram, em média, 90% de concordância sobre a importância dos valores fundamentais - como ajudar os outros ou se sentir seguro. Apenas 5% dos eleitores extremos de cada lado do espectro político apresentaram valores realmente diferentes - "É essencial ajudar os necessitados" contra "Não tenho obrigação de ajudar ninguém", por exemplo.

Quando os voluntários viram gráficos de "distribuição sobreposta" de suas semelhanças e diferenças, onde o cruzamento substancial em seus valores ficou imediatamente claro, eles se sentiram mais esperançosos sobre o futuro da sociedade do que logo após serem entrevistados na primeira vez. Essa esperança maior surgiu porque, ao ver a sobreposição, os participantes sentiram uma conexão mais profunda com os eleitores do campo político adversário.

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