04/10/2017 Pesquisadores da USP desenvolvem nova estratégia de tratamento do câncer de peleCom informações da Agência Fapesp
Metodologia associa corrente elétrica de baixa intensidade a uma formulação contendo quimioterápicos nanoencapsulados.[Imagem: USP/Divulgação]
Iontoforese Pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) estão testando uma técnica que associa corrente elétrica de baixa intensidade a uma formulação contendo medicamentos quimioterápicos nanoencapsulados para o tratamento do câncer de pele. "Um dos desafios para esse tipo de tratamento tópico é fazer com que o fármaco consiga atravessar o estrato córneo - a camada mais superficial da pele, composta basicamente de células mortas. Essa é uma importante barreira do tecido contra a entrada de microrganismos, mas também dificulta a penetração de medicamentos," explicou a professora Renata Fonseca Lopez. Aplicar uma corrente elétrica de baixa intensidade é uma das formas de fazer com que as substâncias químicas atravessem a pele, sendo empurradas até a circulação pelo campo elétrico. Essa técnica é conhecida como iontoforese. No caso do câncer de pele, porém, a intenção não é que o fármaco atravesse todo o tecido e chegue ao sangue, e sim que ele se concentre na região abaixo do estrato córneo que precisa de tratamento. Essa é a razão pela qual optou-se por colocar o quimioterápico dentro de nanopartículas. Resultados entusiasmadores A pesquisadora Raquel Petrilli testou a nova abordagem em experimentos com animais de laboratório. Ela induziu nas cobaias a formação de um tumor do tipo carcinoma de células escamosas, um dos tipos mais frequentes de câncer de pele, e usou o quimioterápico 5-fluorouracil encapsulado em uma nanopartícula (lipossoma) funcionalizada com um anticorpo anti-EGFR (receptor do fator de crescimento epidérmico, na sigla em inglês, uma proteína que se prolifera sob o câncer). O grupo de animais que recebeu a formulação associada à iontoforese apresentou uma redução tumoral significativamente maior do que o que recebeu o mesmo fármaco nanoencapsulado por via injetável. "Além de reduzir o tamanho do tumor, o tratamento tópico o deixou menos agressivo. Acreditamos que esse método associado à iontoforese permite que o fármaco se disperse por toda a área tumoral, enquanto na aplicação subcutânea ele fica concentrado em um só local," avaliou Renata. Além disso, os resultados preliminares sugerem que a iontoforese também interrompe a proliferação de alguns tipos de microrganismos (especificamente as bactérias gram-positivas) que podem agravar a lesão. Ainda não há previsão de quando o tratamento será testado em humanos. Fonte: Diário da Saúde - www.diariodasaude.com.br URL: https://diariodasaude.com.br/print.php?article=pesquisadores-usp-desenvolvem-nova-estrategia-tratamento-cancer-pele A informação disponível neste site é estritamente jornalística, não substituindo o parecer médico profissional. Sempre consulte o seu médico sobre qualquer assunto relativo à sua saúde e aos seus tratamentos e medicamentos. |