25/05/2020 Pesquisadores brasileiros trabalham em detector universal do novo coronavírusCom informações da Agência Fapesp
Além de identificar partes do RNA viral na saliva, a equipe está trabalhando no desenvolvimento de sensores para monitorar a presença do patógeno no ar e em sistemas de esgoto.[Imagem: UFSCar]
Detector universal do coronavírus Pesquisadores da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), no interior de São Paulo, estão desenvolvendo dispositivos para a identificação do novo coronavírus (SARS-CoV-2) em pacientes infectados, em ambientes contaminados e até mesmo nas redes de esgoto. O projeto prevê a utilização de um sensor eletroquímico para a detecção, na saliva do paciente, de pelo menos três sequências do genoma do vírus. "Nosso objetivo é desenvolver uma metodologia simples e de baixo custo para o diagnóstico da covid-19. A plataforma de testes descartável fará uso de materiais de fácil acesso e equipamentos simples e também permitirá a análise de diferentes amostras simultaneamente," disse o professor Ronaldo Censi Faria, que lidera o projeto. Há poucos dias, pesquisadores suíços anunciaram uma nova tecnologia para detectar o vírus da covid-19 no ambiente. Biochip O teste rápido consiste em um dispositivo do tipo biochip, no qual vários canais microfluídicos guiam a saliva do paciente até quatro regiões sensoras programadas para identificar pedaços do RNA do vírus. A ideia é aproveitar um chip para diagnosticar Alzheimer que a equipe desenvolveu em 2017. "A detecção se dá por eletroquimiluminescência, ou seja, a partir da reação eletroquímica entre o sensor e o RNA do vírus ocorre a emissão de luz. Com isso, se o sensor detectar pelo menos uma das sequências de RNA, um ponto de luz irá surgir, indicando que o paciente está infectado", disse Ronaldo. No estudo para covid-19, os pesquisadores vão testar a aplicação dos biomarcadores genéticos inicialmente em amostras com sequências sintéticas. Na segunda fase do projeto, haverá comprovação da técnica em amostras de pacientes infectados pelo SARS-CoV-2. Identificação do vírus em ambientes A equipe também está desenvolvendo outros tipos de testes com sensores para a identificação do vírus em ambientes, como casas, ruas e escritórios, e no sistema de esgoto. "Como já temos uma metodologia, é do nosso interesse adaptá-la para diferentes usos, desde que seja possível identificar um biomarcador para a doença", disse Ronaldo. Além de trabalhar com a detecção de sequências de RNA do vírus, o grupo busca desenvolver ainda outra abordagem a partir do capsídeo do vírus, a membrana que envolve o vírus. Isso é mais simples do que os exames atuais porque, para atingir o RNA, é preciso uma solução para "quebrar" o vírus e expor o material genético a ser detectado pelo sensor. "Ao identificar o capsídeo será possível detectar o vírus diretamente, o que abre um leque de possibilidades, como criar um dispositivo para identificação em sistema de esgoto ou no ar. Com isso seria possível monitorar a distância o ambiente externo e mapear a contaminação de áreas pelo esgoto ou por coleta de material particulado na atmosfera," finalizou Ronaldo. Fonte: Diário da Saúde - www.diariodasaude.com.br URL: https://diariodasaude.com.br/print.php?article=pesquisadores-brasileiros-querem-detectar-coronavirus-qualquer-lugar A informação disponível neste site é estritamente jornalística, não substituindo o parecer médico profissional. Sempre consulte o seu médico sobre qualquer assunto relativo à sua saúde e aos seus tratamentos e medicamentos. |