09/07/2020

Perda da visão com a idade é interrompida olhando luz vermelha

Redação do Diário da Saúde
Perda da visão com a idade é interrompida olhando uma luz vermelha
Dispositivo desenvolvido pela equipe montando LEDs vermelhos disponíveis comercialmente.[Imagem: UCL]

Fototerapia

Olhar para uma luz vermelha por três minutos por dia pode reduzir significativamente a diminuição da visão que se observa com a idade.

A descoberta pode significar o surgimento de uma nova terapia ocular simples e acessível, feita em casa, para praticamente todas as pessoas, uma vez que o declínio da visão é tido como um fenômeno natural e universal.

"À medida que você envelhece, seu sistema visual diminui significativamente, principalmente a partir dos 40 anos. A sensibilidade da sua retina e sua visão de cores são gradualmente prejudicadas e, com o envelhecimento da população, esta é uma questão cada vez mais importante. Para tentar conter ou reverter esse declínio, pretendemos 'reinicializar' as células envelhecidas da retina com pequenas rajadas de luz de ondas longas," explicou o professor Glen Jeffery, da Universidade College de Londres.

Luz contra perda de visão

Por volta dos 40 anos de idade, as células da retina começam a envelhecer, e o ritmo desse envelhecimento é causado, em parte, pelo declínio natural das mitocôndrias das células, cujo papel é produzir energia (conhecida como ATP) para alimentar a função celular.

A densidade mitocondrial é maior nas células fotorreceptoras da retina, que possuem alta demanda de energia. Como resultado, a retina envelhece mais rapidamente do que outros órgãos, com uma redução de 70% do ATP ao longo da vida, causando um declínio significativo na função dos fotorreceptores, que passam a não ter energia para desempenhar seu papel normal.

Os pesquisadores teorizaram então que poderiam fornecer energia adicional para as células da retina por meio de luz. Eles começaram trabalhando com cobaias - camundongos, abelhas e até moscas da fruta - e perceberam melhorias significativas na função dos fotorreceptores da retina quando os olhos eram expostos a uma luz vermelha profunda, com comprimento de onda de 670 nanômetros (nm).

"As mitocôndrias têm características específicas de absorbância da luz que influenciam seu desempenho: comprimentos de onda maiores, que variam de 650 a 1000 nm são absorvidos e melhoram o desempenho mitocondrial ao aumentar a produção de energia," disse o professor Jeffery.

LED vermelho profundo

Os experimentos em humanos mostraram que a luz de 670 nm não tem impacto em indivíduos mais jovens, mas gera melhorias significativas na visão daqueles com cerca de 40 anos de idade ou mais.

A sensibilidade ao contraste das cores - afetando os cones, as células com capacidade de detectar cores - melhorou em até 20% em alguns voluntários. As melhorias foram mais significativas na parte azul do espectro de cores, que é mais vulnerável ao envelhecimento.

A sensibilidade dos bastonetes - células com a capacidade de ver em situações de pouca luz - também melhorou significativamente em pessoas com cerca de 40 anos ou mais, embora menos do que o contraste de cores.

"A tecnologia é simples e muito segura, usando uma luz vermelha profunda de um comprimento de onda específico, que é absorvido pelas mitocôndrias na retina que fornecem energia para a função celular. Nossos dispositivos custam cerca de US$15 para serem produzidos, portanto a tecnologia é altamente acessível ao público," disse o professor Jeffery.

 

Fonte: Diário da Saúde - www.diariodasaude.com.br

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