17/10/2019

Nova tecnologia de imagem pode revolucionar cirurgia de câncer

Redação do Diário da Saúde
Nova tecnologia de imagem pode revolucionar cirurgia de câncer
A técnica de imageamento fotoacústico permite definir com precisão o limite dos tumores, para que nada seja deixado para trás. [Imagem: Saad Abbasi et al. - 10.1038/s41598-019-49849-9]

Mostrando o que deve ser retirado

O tratamento do câncer está prestes a ser dramaticamente melhorado graças a uma invenção capaz de localizar com precisão as bordas dos tumores durante a cirurgia para removê-los.

A nova tecnologia de imageamento usa o modo como a luz dos lasers interage com tecidos cancerígenos e saudáveis para diferenciá-los em tempo real e sem contato físico, um avanço com o potencial de eliminar a necessidade de cirurgias secundárias para retirar tecido maligno deixado para trás.

"Este é o futuro, um passo gigantesco em direção ao nosso objetivo final de revolucionar a oncologia cirúrgica. No intraoperatório, durante a cirurgia, o cirurgião poderá ver exatamente o que cortar e quanto cortar," disse o Dr. Parsin Haji Reza, da Universidade de Waterloo (Canadá).

Os médicos hoje contam principalmente com imagens de ressonância magnética pré-operatórias e tomografias computadorizadas, além de sua experiência e da inspeção visual para determinar as margens dos tumores durante as cirurgias. As amostras de tecido são então enviadas ao laboratório para testes, com espera de até duas semanas para que os resultados mostrem se o tumor foi completamente removido ou não.

Em cerca de 10% dos casos - as taxas para diferentes tipos de câncer variam amplamente - alguns tecidos cancerígenos são deixados e uma segunda operação é necessária para removê-los. A ideia dos pesquisadores é que isso seja minimizado ou mesmo deixe de acontecer no futuro.

Tecnologia fotoacústica

A tecnologia fotoacústica desenvolvida pela equipe do Dr. Reza funciona enviando pulsos de luz laser para o tecido alvo, que os absorve, aquecendo-se e expandindo-se, o que produz ondas acústicas. Um segundo laser "lê" essas ondas sonoras, que são processadas para determinar se o tecido é canceroso ou saudável, uma vez que os dois tipos de tecidos emitam ondas diferentes.

O sistema já foi usado para criar imagens precisas de amostras de tecido humano relativamente espessas e não tratadas, um avanço importante no processo de desenvolvimento.

"Isso terá um tremendo impacto na economia da assistência médica, será incrível para os pacientes e proporcionará aos clínicos uma ótima nova ferramenta. Isso economizará muito tempo, dinheiro e ansiedade," afirmou Haji Reza.

 

Fonte: Diário da Saúde - www.diariodasaude.com.br

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