24/06/2021 Neurocabos podem consertar nervos inteirosRedação do Diário da Saúde
Os neurocabos guiam as duas extremidades do nervo rompido, permitindo sua reconexão. [Imagem: Laura Rodríguez Doblado et al. - 10.3389/fnano.2021.643507]
Reconectar nervos Não existe ainda uma terapia clínica eficaz para a regeneração de lesões nervosas em comprimentos de nervos superiores a 2 cm - nesses casos, o nervo não consegue encontrar a outra ponta e, muitas vezes, esse nervo desorientado acaba se enrolando em uma bola dolorosa, chamada neuroma. Em lesões menores, usa-se um enxerto de nervo, geralmente do próprio paciente (autoenxerto) ou de um doador (aloenxerto). Porém, quando se trata de lesões grandes, maiores que 2 cm de comprimento, a medicina ainda não tem como oferecer resultados satisfatórios. Portanto, é estratégico identificar novas formas de reconectar os nervos cortados e estimular seu reparo e regeneração. Neurocabos Dada a impossibilidade de regenerar tratos em grandes lesões nervosas, pesquisadores da Universidade Politécnica de Valência (Espanha) estão sugerindo agora o uso de um dispositivo como solução para esse problema - eles chamam o dispositivo de "neurocabo". O neurocabo é formado por biomateriais cilíndricos, de origem natural ou sintética, ou mesmo híbridos, no interior dos quais são dispostos feixes de fibrilas paralelas, para facilitar a regeneração do nervo natural do paciente. A vantagem é que o comprimento do neurocabo pode variar de 6 milímetros a até 50 centímetros (meio metro), dependendo do tamanho da lesão, embora os testes ainda precisem confirmar o funcionamento desses tamanhos extremos. "Cada neurocabo é capaz de acomodar no seu interior células auxiliares para promover o crescimento axonal, criando uma estrutura semelhante à de um nervo não lesado e que pode ajudar a promover a recuperação funcional," explicou a professora Cristina Martínez Ramos. Testes e mercado O conceito de neurocabo pode ter uma aplicação no tratamento de patologias decorrentes de lesões em estruturas semelhantes a tratos do sistema nervoso periférico e do sistema nervoso central, causadas por traumas, doenças neurodegenerativas, acidentes de trânsito e de trabalho, ferimentos por arma de fogo etc. O próximo passo é testar os implantes de neurocabos em cobaias e, tendo êxito, começar os testes em humanos. "Esta tecnologia foi caracterizada até o momento apenas in vitro, com protótipos de implantes capazes de cobrir lesões em torno de 2 cm. Os resultados in vitro promissores nos levaram a patentear essa ideia, que deve ser validada por meio de experimentos in vivo em modelos animais com grandes lesões," destacou Ramos. Fonte: Diário da Saúde - www.diariodasaude.com.br URL: https://diariodasaude.com.br/print.php?article=neurocabos-consertar-nervos-inteiros A informação disponível neste site é estritamente jornalística, não substituindo o parecer médico profissional. Sempre consulte o seu médico sobre qualquer assunto relativo à sua saúde e aos seus tratamentos e medicamentos. |