02/03/2021 Nanopartículas: Alta tecnologia ou ameaça à saúde e ao planeta?Redação do Diário da Saúde
O problema é que as nanopartículas são tão pequenas que entram em qualquer lugar - e é muito difícil encontrá-las. [Imagem: Fazel Abdolahpur Monikh et al. - 10.1038/s41467-021-21164-w]
Nanopartículas em produtos de consumo Nossos produtos de consumo - como alimentos, cosméticos e roupas - podem estar cheios de nanomateriais - sem nosso conhecimento. Acontece que o uso de nanomateriais continua sem regulamentação e as nanopartículas não aparecem nas listas de ingredientes porque é muito difícil medi-las - embora elas continuem entrando na nossa cadeia alimentar e, o mais alarmante, podendo penetrar nas células e acumular-se nos nossos órgãos. Este é o outro lado da tão promissora nanotecnologia, que tem permitido tratar muitas doenças de maneira mais eficiente. A nanotecnologia também tem nos dado materiais 100 vezes mais resistentes do que o aço, baterias que duram 10 vezes mais do que antes, painéis solares que geram duas vezes mais energia do que os antigos, produtos para a pele que nos mantêm com aparência jovem, sem falar nos carros, janelas e roupas autolimpantes. Mas seu uso em produtos de consumo está longe de ser problemático. Rastreamento das nanopartículas Um primeiro passo para ajudar a resolver esses potenciais problemas da nanotecnologia acaba de ser dado por uma equipe internacional de pesquisadores que desenvolveu um método sensível para encontrar e rastrear nanomateriais no sangue e nos tecidos e até em uma cadeia alimentar aquática - de microrganismos a peixes - que é uma importante fonte de alimento em muitos países. Este método pode abrir novos horizontes para ações de segurança quando a nanotecnologia puder fazer mal. "Descobrimos que os nanomateriais se ligam fortemente aos microrganismos que são uma fonte de alimento para outros organismos, e é assim que eles podem entrar em nossa cadeia alimentar. Uma vez dentro de um organismo, os nanomateriais podem mudar sua forma e tamanho e se transformar em um material mais perigoso, que pode facilmente penetrar nas células e se espalhar para outros órgãos. Ao examinar os diferentes órgãos de um organismo, descobrimos que os nanomateriais tendem a se acumular especialmente no cérebro," disse o Dr. Fazel Monikh, da Universidade Oriental da Finlândia. A equipe conseguiu pela primeira vez monitorar nanopartículas em uma cadeia alimentar. [Imagem: Fazel Abdolahpur Monikh - 10.1038/s41467-021-21164-w] Regulamentação da nanotecnologia De acordo com os pesquisadores, os nanomateriais também são difíceis de medir: Sua quantidade em um organismo não pode ser medida usando apenas sua massa, que é o método padrão para medir outros produtos químicos para regulamentações. Esta descoberta enfatiza a importância de avaliar o risco dos nanomateriais antes de eles serem introduzidos em produtos de consumo em grandes quantidades. Uma melhor compreensão dos nanomateriais e seus riscos pode ajudar os formuladores de políticas a introduzir regras mais rígidas sobre seu uso e sobre a forma como são mencionados nas listas de ingredientes dos produtos, afirma a equipe. "As pessoas têm o direito de saber o que estão usando e comprando para suas famílias. Este é um problema global que precisa de uma solução global. Muitas perguntas sobre nanomateriais ainda precisam ser respondidas. Eles são seguros para nós e para o meio ambiente? Onde eles vão acabar depois que os usamos? Como podemos avaliar seu possível risco?" concluiu o Dr. Monikh. Fonte: Diário da Saúde - www.diariodasaude.com.br URL: https://diariodasaude.com.br/print.php?article=nanoparticulas-alta-tecnologia-ou-ameaca-saude-planeta A informação disponível neste site é estritamente jornalística, não substituindo o parecer médico profissional. Sempre consulte o seu médico sobre qualquer assunto relativo à sua saúde e aos seus tratamentos e medicamentos. |