03/02/2012

Mulheres sentem mais dores, homens se lembram mais delas

Redação do Diário da Saúde

Dor feminina

As mulheres relatam estar sentindo dores mais intensas do que os homens em virtualmente todas as categorias de doenças.

Pesquisadores da Escola de Medicina da Universidade de Stanford (EUA) vasculharam milhares de registros médicos em busca de diferenças na sensação de dor entre os gêneros.

Atul Butte e seus colegas examinaram mais de 160.000 classificações da intensidade de dor relatadas por mais de 72.000 pacientes adultos.

Eles então ordenaram os dados por tipo de doença e por gênero.

Intensidade da dor

"Nós certamente não somos os primeiros a encontrar diferenças no relato de dor entre homens e mulheres. Mas nós focamos na intensidade da dor," diz o médico, salientando que a maioria dos outros estudos simplesmente diz se a pessoa sentiu dor ou não.

"Nós vimos escores de dor mais altos para as mulheres praticamente em todo o espectro," diz ele.

Enquanto os resultados gerais tendem a confirmar as descobertas anteriores - por exemplo, que as pacientes com fibromialgia e enxaqueca relatam mais dores do que os homens - surgiram também diferenças significativas, ainda não documentadas, para dores no pescoço e sinusite.

"Ainda não está claro se as mulheres realmente sentem mais dor do que os homens," alerta o pesquisador. "Mas elas estão certamente dizendo que têm mais dores do que os homens dizem que têm. Nós não sabemos por que."

Mulheres lembram do melhor

Por outro lado, o Dr. Marc Lavoie e seus colegas da Universidade de Montreal (Canadá) acabam de publicar um outro estudo mostrando que as mulheres podem até sentir mais dores, mas vão se lembrar delas menos do que os homens.

Segundo a pesquisa, a memória que as mulheres têm de uma experiência dolorosa, não-prazeirosa, ou emocionalmente provocativa, será menos precisa do que a memória de um homem que tenha passado por situação similar.

Os pesquisadores não trabalharam diretamente com a dor física, mas com experiências induzidas por imagens.

"Nós descobrimos que imagens fortes 'nublam' a capacidade das mulheres de dizer se já viram a imagem antes ou não. E, em segundo lugar, as mulheres têm memórias muito mais claras de experiências atrativas do que os homens," diz Lavoie.

Cérebro complicado

O estudo também "nublou" o entendimento que os cientistas normalmente têm do monitoramento da atividade neuronal do cérebro.

Os exames neurológicos revelaram uma atividade intensa do hemisfério direito do cérebro das mulheres quando elas observavam imagens agradáveis - exatamente o oposto do que aconteceu com os homens.

Segundo os pesquisadores, isso mostra a complexidade das memórias emocionais e ressalta a necessidade de se levar em conta as diferenças de gênero e do tipo de experiência que está sendo vivida quando se examina a atividade cerebral.

 

Fonte: Diário da Saúde - www.diariodasaude.com.br

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