01/06/2023 Vivemos mais, mas não estamos morrendo bemRedação do Diário da Saúde
A obstinação terapêutica impede o paciente de morrer com dignidade devido a cuidados inúteis no final da vida.[Imagem: Gerd Altmann/Pixabay]
Morrer bem Nós estamos vivendo cada vez mais, mas, quando chega a hora de morrer, a medicina moderna não está conseguindo fazer a coisa certa. A conclusão de uma equipe liderada pelo Dr. Marcus Ebeling, do Instituto Karolinska, que estudou todos os registros de morte da população da Suécia, é que as pessoas estão passando muito mais tempo morrendo do que seria recomendável por qualquer critério. A maioria das mortes não corresponde ao que se costuma chamar de "boa morte" - quando a pessoa ainda tem controle sobre seu próprio corpo e mente e requer poucos cuidados de saúde ou cuidados paliativos. Pesquisadores em todo o mundo têm-se preocupado com a questão, investigando há décadas se o aumento da expectativa de vida traz mais anos de vida com boa saúde ou, em vez disso, períodos mais longos de doença. "Nossos resultados dão suporte à hipótese de que o aumento da expectativa de vida, especialmente em idades mais avançadas, se deve em parte a um processo prolongado de morte," disse Ebeling. Cuidados desnecessários Revendo os dados de todas as mortes na população, os pesquisadores analisaram o último ano de vida de pessoas com 70 anos ou mais. Usando um novo desenho de estudo, a equipe identificou seis tipos diferentes de trajetórias até a morte, dependendo se e quanto de cuidados médicos e cuidados com os idosos foram necessários no último ano de vida. "Nossos resultados mostram que a maioria das pessoas com mais de 70 anos na Suécia está em cuidados de longo prazo durante o último ano de vida," confirmou Ebeling. Os pesquisadores contam que os cuidados médicos e de enfermagem são ainda mais comuns entre as mortes acima de 83 anos (a atual expectativa média de vida na Suécia). São essas trajetórias que são relativamente mais caras para o sistema de saúde. Estudos como este são importantes porque é necessário contar com dados concretos sobre como as pessoas têm experimentado o fim da vida para iniciar um debate na sociedade sobre o processo da morte e o que realmente significa "morrer bem". "Esse debate está muito atrasado e estamos dando mais um passo com o nosso estudo," afirmou Ebeling. Fonte: Diário da Saúde - www.diariodasaude.com.br URL: https://diariodasaude.com.br/print.php?article=morrer-bem-vivemos-mais-mas-nao-estamos-morrendo-bem A informação disponível neste site é estritamente jornalística, não substituindo o parecer médico profissional. Sempre consulte o seu médico sobre qualquer assunto relativo à sua saúde e aos seus tratamentos e medicamentos. |