07/08/2023

Material de carbono ultrafino pode ser usado para tratar síndrome de Down

Redação do Diário da Saúde
Material de carbono ultrafino pode ser usado para tratar síndrome de Down
Em vez de eliminar a produção do gás, o que pode ser prejudicial, o nanocarbono transforma-o em seus metabólitos benéficos.[Imagem: Derry et al. - 10.1002/adma.202211241]

Nanocarbono

Uma forma de carbono muito fina, com partículas com dimensões na casa dos nanômetros (10-9 metro) pode ser usado para tratar a síndrome de Down e outros distúrbios associados a altos níveis de sulfeto de hidrogênio.

O sulfeto de hidrogênio (H2S) não tem boa fama por causa do seu cheiro de ovo podre. Acontece que o H2S desempenha um papel vital na função óssea, cerebral, hepática e renal, além de regular a dilatação dos vasos sanguíneos e complementar a cadeia de transporte de elétrons. Ou seja, ele é produzido naturalmente pelos seres vivos porque é necessário em nosso metabolismo.

Isso desde que o gás seja mantido em níveis normais. Uma das condições mais conhecidas associadas a altos níveis de sulfeto de hidrogênio é a síndrome de Down. Esse distúrbio genético está associado a um declínio na função de muitos sistemas ao longo do tempo, incluindo os sistemas musculoesquelético e nervoso.

Estudos anteriores levantaram a hipótese de que a redução dos níveis de H2S circulante poderia melhorar a função em indivíduos com síndrome de Down. No entanto, como o gás é necessário para a função biológica normal, simplesmente inibir as enzimas que o sintetizam pode ser prejudicial.

Conversão, não supressão

Agora, Paul Derry e colegas da Universidade A&M do Texas (EUA) descobriram que um material de carbono pode atuar como um mediador de várias reações terapêuticas, reduzindo o excesso de H2S em modelos experimentais que variam de acidente vascular cerebral às hemorragias, traumas e ação de toxinas mitocondriais.

Em vez de bloquear a produção do gás, o sulfeto de hidrogênio é convertido em seus metabólitos, que oferecem muitas funções benéficas, como a modificação de proteínas para melhorar sua capacidade de agir como antioxidantes. Esses materiais atuam como enzimas sintéticas de tamanho nano - ou nanoenzimas - que até agora não apresentaram nenhuma toxicidade nos testes em animais, protegendo as cobaias de lesões agudas e crônicas.

"Estamos entusiasmados com esta pesquisa porque acreditamos ter descoberto uma maneira de tratar muitos distúrbios usando materiais à base de carbono e um método de síntese simples e direto," disse o professor Thomas Kent. "Esperamos que esses materiais forneçam uma nova abordagem para o tratamento de distúrbios de sulfeto de hidrogênio alto, convertendo-os em metabólitos benéficos, como exemplificado pela síndrome de Down.

 

Fonte: Diário da Saúde - www.diariodasaude.com.br

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