12/05/2014 Mais cabeças nem sempre levam às melhores decisõesRedação do Diário da Saúde
A "sabedoria das multidões", ou inteligência coletiva - vista em enxames de pássaros, por exemplo - gera melhores resultados para os humanos apenas quando uma parcela pequena da assembleia toma a decisão. [Imagem: John Holmes/Wikimedia]
Democracia à parte, o fato é que pequenos grupos tendem a tomar decisões mais precisas do que grandes assembleias. A razão parece ser que os grupos maiores tornam-se excessivamente focados em apenas alguns detalhes da informação total disponível ao grupo. Esta conclusão contraria frontalmente o que se vem demonstrando ao longo dos anos sobre a inteligência coletiva, que alguns também chamam de "sabedoria das multidões", quando avaliações individuais, mesmo que imperfeitas, fundem-se em uma única decisão coletiva mais precisa. Talvez seja por isso que alguns estudos concluem que a importância dos gerentes e chefes é superestimada, sendo a equipe o mais importante. Limites da decisão em grupo Contudo, a tomada de decisão coletiva raramente foi testada sob circunstâncias realísticas e complexas, quando a informação vem de várias fontes. Nesses cenários, a sabedoria da multidão sobe rumo a um pico conforme aumenta o número de pessoas envolvidas. Contudo, as decisões tornam-se menos precisas quanto mais pessoas se envolverem, explicaram Albert Kao e Iain Couzin, da Universidade de Princeton (EUA), que fizeram os novos testes em condições mais próximas à realidade. "Esta é uma extensão da teoria da sabedoria das multidões que nos permite relaxar a suposição de que estar em grandes grupos é sempre a melhor maneira de tomar uma decisão," disse Couzin. Limites da inteligência coletiva Em seus experimentos, os pesquisadores descobriram que a capacidade de reunir as informações para uma decisão mais correta ou precisa foi mais alta em uma faixa entre 5 e 20 membros. Mais do que isso, e as decisões ficaram cada vez piores. Com mais pessoas, aquelas que são mais conhecidas por todos os membros passam a dominar o processo de tomada de decisão, fazendo o grupo pensar mais a respeito da parcela de informação que essas pessoas detêm, em detrimento de outros detalhes. Nos grupos menores, por outro lado, as informações menos conhecidas ganham tanta consideração quanto a informação mais comum. "O que é importante é o número de indivíduos que tomam a decisão. Apenas olhar o tamanho do grupo em si não é necessariamente relevante. Depende do número de indivíduos que tomam a decisão," ressalta Couzin. Fonte: Diário da Saúde - www.diariodasaude.com.br URL: https://diariodasaude.com.br/print.php?article=mais-cabecas-nem-sempre-levam-melhores-decisoes A informação disponível neste site é estritamente jornalística, não substituindo o parecer médico profissional. Sempre consulte o seu médico sobre qualquer assunto relativo à sua saúde e aos seus tratamentos e medicamentos. |