23/09/2014

Ligação entre placas amiloides e Alzheimer é questionada

Redação do Diário da Saúde
Ligação entre placas amiloides e Alzheimer é questionada
Vinte e dois dos 63 participantes apresentaram níveis elevados de amiloide beta, sem qualquer evidência de diminuição da memória ou de qualquer função cognitiva.[Imagem: WISC]

A explicação mais aceita pelos cientistas e médicos sobre as causas do Mal de Alzheimer sofreram mais um abalo.

Um novo estudo mostrou que uma eventual conexão entre as proteínas beta-amiloides, normalmente associadas à doença de Alzheimer, não é tão clara quanto se pensava.

As placas de beta-amiloide são uma marca visual do Alzheimer, mas alguns estudos mostram que as placas de beta-amiloides podem ser uma defesa do cérebro contra a demência, e não sua causa. Além disso, já havia indícios de que o Alzheimer não seria uma doença só do cérebro.

Essa visão agora foi reforçada pelo trabalho da equipe da Dra. Sigan Hartley, da Universidade de Wisconsin-Madison (EUA).

A equipe analisou o papel das proteínas amiloides-beta em adultos com síndrome de Down, uma condição genética que deixa as pessoas mais suscetíveis a desenvolver a doença de Alzheimer - pessoas com síndrome de Down nascem com uma cópia extra do cromossomo 21, onde fica o gene que codifica a produção da proteína amiloide-beta.

Beta-amiloide sem Alzheimer

Foram analisados 63 adultos saudáveis com síndrome de Down, com idades entre 30 e 53 anos, que não apresentam sinais clínicos da doença de Alzheimer ou outras formas de demência.

Os dados mostraram que vários deles apresentam elevados níveis de beta-amiloide, mas não apresentam qualquer consequência negativa disso, como as teorias atuais sugerem.

Vinte e dois dos 63 participantes apresentaram níveis elevados de amiloide beta, sem qualquer evidência de diminuição da memória ou de qualquer função cognitiva quando comparados com aqueles sem os níveis elevados da proteína.

Em outras palavras, eles têm os sinais característicos atribuídos como "causa" do Alzheimer, mas não têm a doença.

Da mesma forma, quando avaliados como uma medida contínua, os níveis de beta-amiloide não se mostraram associados com diferenças na memória ou na capacidade cognitiva - como mudanças na memória visual e verbal, na atenção ou na linguagem.

"Há muitas perguntas sem resposta sobre em que ponto as amiloides-beta, em conjunto com outras alterações no cérebro, começam a prejudicar a memória e a cognição e por que certos indivíduos podem ser mais resistentes do que outros," disse Hartley.

 

Fonte: Diário da Saúde - www.diariodasaude.com.br

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