21/03/2024 Jejum intermitente é associado a maior risco de problemas cardíacosCom informações da New Scientist
Pesquisas anteriores deram resultados diferentes. Por exemplo, uma dieta que imita o jejum melhorou quase tudo na saúde dos participantes.[Imagem: Bob Nichols/USC]
Jejum e saúde cardiovascular Restringir a janela de alimentação - os horários entre os quais fazemos nossas refeições - a apenas 8 horas por dia, um tipo popular de jejum intermitente, está associado a um risco maior de morte por doença cardíaca. O jejum, ou alimentação com restrição de tempo, já foi associado à melhora da pressão arterial, dos níveis de glicose no sangue e de colesterol, e até proteger o cérebro contra doenças degenerativas, mas seus efeitos a longo prazo ainda não foram pesquisados a contento. Para saber mais sobre isto, Wenze Zhong e colegas da Universidade Jiao Tong, na China, estudaram cerca de 20.000 adultos, com participação semelhante de homens e mulheres, que participaram no Inquérito Nacional de Exame de Saúde e Nutrição dos EUA. A idade média era de 49 anos e pouco menos de três quartos deles eram brancos não-hispânicos. Durante um período médio de acompanhamento de oito anos, a equipe descobriu que aqueles que comiam durante uma janela diária de 8 horas não viviam mais do que aqueles com um horário alimentar mais tradicional de 12 a 16 horas, apesar de o jejum intermitente ser frequentemente elogiado pelos seus benefícios de longevidade. Mais preocupante ainda, contudo, é que aqueles que seguiram um horário alimentar de 8 horas tiveram 91% maior probabilidade de morrer de doença cardíaca durante o período de acompanhamento do que aqueles que comeram durante 12 a 16 horas. Curiosamente, esse resultado é pior do que o verificado entre os voluntários com diagnóstico de problemas cardíacos antes do estudo: Entre eles, comer durante um período de 8 a 10 horas foi associado a um risco 66% maior de morte por doença cardíaca em comparação com aqueles que comiam durante 12 a 16 horas. Entre aqueles com diagnóstico de câncer, comer durante uma janela de mais de 16 horas foi associado a um menor risco de morte pela doença do que um horário alimentar mais restrito. Na contramão do jejum, pesquisas mostraram que beliscar comidas fora de hora pode fazer bem - basta beliscar a coisa certa. [Imagem: HealthAliciousNess] Críticas Os resultados desta pesquisa foram divulgados em uma conferência, o que significa que ainda não foram publicados e nem examinados por outros cientistas. Assim, alguns pesquisadores pedem cautela na interpretação de seus resultados. "Este relatório é uma apresentação de conferência e carece dos detalhes de um artigo completo para se poder avaliar a qualidade da pesquisa. Ele parece mostrar o risco de morte em um intervalo de 1 a 13 anos, mediana de 8 anos, observando a forma como as pessoas comiam em dois dias, o que esteva associado ao risco de doenças cardiovasculares e morte. "Embora tenha sido utilizado um modelo para avaliar o risco, não está claro se esse modelo incluía o padrão de dieta saudável ou mesmo o que as pessoas comiam. Como a informação é limitada, não fica claro na informação disponível se o tabagismo, a atividade física e o álcool foram considerados como variáveis," disse o professor Duane Mellor, da Universidade Aston (EUA). Fonte: Diário da Saúde - www.diariodasaude.com.br URL: https://diariodasaude.com.br/print.php?article=jejum-intermitente-associado-maior-risco-morte-doenca-cardiaca A informação disponível neste site é estritamente jornalística, não substituindo o parecer médico profissional. Sempre consulte o seu médico sobre qualquer assunto relativo à sua saúde e aos seus tratamentos e medicamentos. |