17/12/2008

Idec identifica brinquedos com substâncias tóxicas

Maria Eugênia Castilho

Substâncias tóxicas em brinquedos

O Instituto de Defesa do Consumidor (Idec), realizou uma pesquisa em 31 brinquedos para avaliar se os fabricantes usam substâncias tóxicas além do permitido por lei na sua confecção.

Oito produtos apresentaram níveis de ftalato além do limite pelas normas de segurança do Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industriaç (Inmetro).

Ftalatos em brinquedos

Os ftalatos são compostos químicos utilizados como aditivo para deixar o plástico mais maleável. Ele é cancerígeno e pode causar danos ao fígado, rins, pulmão e ao aparelho reprodutivo.

De acordo com o Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Inmetro), a portaria 369/07 determina o limite de 0,1% de ftalato na fabricação de brinquedos, com nível de teor para determinada faixas etária.

Os limites para a presença de ftalato em brinquedos foram definidos em setembro de 2007, e as empresas tinham até abril deste ano para se adaptarem.

Brinquedos tóxicos

Cinco dos produtos analisados apresentaram quantidades muito além da permitida para menores de três anos: Lovely Conlection, versão pirata de Shrek 3, Meu Primeiro Boliche, Ocean Wonder e a boneca Mônica.

Outros quatro brinquedos testados também continham ftalato acima do limite recomendado pelo Inmetro: Funny Car, Garu, Smille & Learn, Turminha Legal. O Funny Car, inclusive, trazia na embalagem a descrição de que não continha ftalato.

Defesa das empresas

A Agência Brasil ouviu as empresas que tiveram seus produtos testados e reprovados. a Mattel do Brasil, responsável pelo Ocean Wonder, informou, em nota, que "todos os seus produtos são testados durante o processo de fabricação.

E que, no Brasil, antes de serem comercializados, os itens da marca também são testados novamente por instituições certificadoras de qualidade creditadas pelo Inmetro, seguindo rigorosamente as regras impostas pelo órgão".

A Fisher-Price disse que a empresa não recebeu do Instituto de Defesa do Consumidor informações técnicas sobre os parâmetros e metodologia utilizados para as aferições. Dessa forma, não é possível esclarecer detalhes pertinentes aos resultados".

A Grow, responsável fabricação do boneco Garu, enviou ao Idec resultados de testes recentes que mostravam não haver ftalato no brinquedo. O departamento de marketing da empresa informou que "toma todos os cuidados para que seus brinquedos tenham a maior qualidade possível e estejam de acordo com as normas", e que iria averiguar o ocorrido.

O diretor industrial da Algazarra, responsável pelo brinquedo Meu Primeiro Boliche, Luciano de Souza, explicou que desde a regulamentação, em abril, não vende mais os brinquedos para menores de três anos . "Mudamos a indicação etária do produto e recolhemos os que estavam nas embalagens antigas, sem a idade. O Idec testou um desses [brinquedos] antigos", disse.

A Muito Brother que produz o brinquedo Lovely Colection enviou um comunicado ao Idec se comprometendo a informar aos clientes sobre problemas com o produto e vai retirá-lo do mercado.

 

Fonte: Diário da Saúde - www.diariodasaude.com.br

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