24/02/2012

Felicidade relativa: comparando o bom com o não-tão-bom

Baseado em texto de Tiffany Harrington

Altos e baixos da vida

Você ganha aqui, você perde lá.

Ora você conquista o emprego perfeito, ora você é demitido.

Ora você conquista a menina (ou o cara) dos seus sonhos, ora você recebe um fora.

São os altos e baixos da vida.

Mas o que acontece se você ganhar e perder ao mesmo tempo?

Por exemplo, arrumar um emprego bom, mas não aquele dos seus sonhos. Ou você receber uma cantada, mas não aquela que você mais esperava.

Tendência à felicidade

A resposta é consoladora: você vai encontrar uma maneira de ser feliz de qualquer maneira.

"Bons resultados têm valor relativo e valor absoluto, e isto afeta a nossa felicidade," explica o professor Karim Kassam, da Universidade Carnegie Mellon (EUA).

Se você é um "vencedor" - quando você obtém o melhor em relação às alternativas - você é feliz, independentemente do valor absoluto do prêmio.

Os "perdedores" - que ganham algo menos valioso do que as possibilidades - podem, inicialmente ficar decepcionados, mas eles geralmente superam isso.

"As pessoas são motivadas a pensar sobre as coisas da melhor forma possível," diz Kassam.

Assim, elas passam a refletir sobre o valor absoluto, e então encontram satisfação no que conseguiram.

Felicidade e ambição

Para testar estes fenômenos, os cientistas bolaram dois experimentos.

No primeiro, 297 pessoas nas ruas de Boston ganharam bilhetes de loteria do tipo raspadinha. Foi-lhes contado os valores máximos e mínimos podiam ganhar.

Depois de rasparem e verem seu prêmio, eles respondiam a um questionário de avaliação da sua felicidade, decepção, ou pesar.

Os "vencedores" - os que ganharam o maior valor - foram, sem nenhuma surpresa, mais felizes do que os perdedores, mas sempre igualmente felizes com qualquer prêmio que lhes era dito que era o máximo.

A felicidade dos perdedores, pelo contrário, aumentou com o valor do prêmio.

Perdas relativas

Como isso funciona?

Um segundo experimento testou a hipótese de que os perdedores acham mais difícil encontrar a felicidade.

Os pesquisadores então distraíram os participantes ao dar-lhes tarefas cognitivas enquanto eles consideravam as possíveis recompensas.

Mais uma vez, os prêmios maiores tornaram os perdedores mais felizes, mas apenas quando eles tinham possibilidade para pensar nisso. Sob maior carga cognitiva, eles ficaram contentes de receber qualquer quantia.

"Quando você ganha alguma coisa, é sempre uma experiência positiva," diz Kassam. "Mas se há esse tom negativo, isto motiva as pessoas à racionalização, a reformular as coisas de uma maneira que irá fazê-las felizes", completa.

A boa notícia é que, mesmo que você não possa fazer esse esforço mental extra, você vai pender para a felicidade.

O estudo foi publicado na revista Psychological Science.

 

Fonte: Diário da Saúde - www.diariodasaude.com.br

URL:  https://diariodasaude.com.br/print.php?article=felicidade-relativa

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