10/10/2008

Eu tenho fé, logo, tenho menos dores

Catarina Amorim
Eu tenho fé, logo, tenho menos dores
[Imagem: Reprodução Vergine Annunciata]

Dor e religião

Emoções e crenças religiosas têm sido freqüentemente relacionadas com uma capacidade para lidar com a dor, como mostra as bem conhecidas imagens de homens filipinos sendo voluntariamente crucificados durante festivais religiosos.

Mas, embora as alterações na sensibilidade à dor durante as experiências religiosas sejam bem documentadas, as razões psicológicas e ou neurológicas exatas por trás desse fenômeno ainda não estavam claras. Por isto, elas se tornaram objeto de uma nova pesquisa de um grupo de cientistas, filósofos e psicólogos da Universidade de Oxford, na Inglaterra.

Resistência à dor

A pesquisa revela pela primeira vez que a resistência à dor associada à religião está ligada à ativação do córtex pré-frontal ventrolateral direito do cérebro, uma área associada tanto com o controle consciente da dor quanto com a reavaliação emocional de uma experiência - por exemplo, atribuir um significado positivo ou neutro a uma experiência ruim, e desta forma tornando mais fácil a tarefa de lidar com ela.

A pesquisa contribui para um melhor entendimento dos mecanismos de se lidar com a dor e, conseqüentemente, pode nos colocar mais próximos de novas e melhores terapias para a dor, mas também poderá ajudar a compreender como influências culturais, tal como a religião, podem afetar o desenvolvimento e uso de diferentes partes de nosso cérebro. E dá um sentido extra ao ditado "a fé nos sustenta nas dores da vida."

 

Fonte: Diário da Saúde - www.diariodasaude.com.br

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