25/05/2017
Declínio cognitivo da idade pode ser evitado com novos aprendizados
Redação do Diário da Saúde
Continue aprendendo... E não envelheça mentalmente
Se nós, como adultos, continuarmos a aprender da maneira como fazíamos quando éramos crianças, poderemos redefinir o que significa um processo de "envelhecimento".
É o que defende a professora Rachel Wu, da Universidade da Califórnia em Riverside (EUA).
Segundo ela, tem sido incutido na população uma crença, agora fortemente enraizada, de que, conforme nossa idade avança, nossos cérebros não funcionarão mais do jeito que costumavam, não serão tão "afiados" como antes, não seremos capazes de nos lembrar de coisas tão facilmente etc.
"Nós somos levados até mesmo a acreditar que não poderemos aprender habilidades novas, ou aprender determinadas informações, como um novo idioma, depois de uma determinada idade," afirma.
Mas ela defende uma nova teoria que afirma que não tem que ser assim.
Envelhecimento cognitivo saudável
A Dra. Raquel Wu redefine o envelhecimento cognitivo saudável como resultado de estratégias de aprendizagem e hábitos que são desenvolvidos ao longo da vida. Estes hábitos podem encorajar ou desencorajar o desenvolvimento cognitivo.
"Nós argumentamos que, ao longo de toda a sua vida, você passa de uma 'aprendizagem ampla' (aprendendo muitas habilidades como um bebê ou criança) para uma 'aprendizagem especializada' (tornando-se um especialista em uma área específica) quando você começa a trabalhar, e que isto leva a um declínio cognitivo, inicialmente em algumas situações desconhecidas, e eventualmente em situações familiares e não familiares," descreve a pesquisadora.
Ela argumenta que reimaginar o envelhecimento cognitivo como resultado de um processo de desenvolvimento abre o caminho para novas táticas que podem melhorar drasticamente a saúde cognitiva e a qualidade de vida dos adultos mais velhos.
Em particular, se os adultos embarcarem nas mesmas "experiências amplas de aprendizagem" (caracterizadas pelos seis fatores listados abaixo) que promovem o crescimento e o desenvolvimento das crianças, eles poderão perceber um aumento na sua saúde cognitiva - e não o declínio dito natural que todos esperamos.
Para testar sua teoria em si própria, a professora Rachel Wu começou a aprender pintura há cinco anos. [Imagem: Rachel Wu/Reprodução]
Aprendizado amplo
O "aprendizado amplo" é definido por Raquel Wu como englobando seis fatores:
- Aprendizagem aberta, orientada por novas informações - aprender novos padrões, novas habilidades, explorando fora da sua zona de conforto.
- Apoio individualizado - acesso consistente a professores e mentores que orientam a aprendizagem.
- Crescimento mental - acreditar que as habilidades são desenvolvidas com esforço.
- Ambiente de perdão - permitir-se cometer erros e falhar.
- Compromisso sério com o aprendizado - aprender a dominar as competências essenciais e perseverar, apesar dos contratempos.
- Aprender múltiplas habilidades simultaneamente.
Aprendizagem especializada
Já a "aprendizagem especializada", típica dos adultos, é definida como abrangendo os seguintes fatores:
- Aprendizagem de mente fechada, focada, baseada em conhecimentos específicos - preferir rotinas familiares, permanecendo dentro de nossas zonas de conforto.
- Falta de apoio - sem acesso a professores ou mentores.
- Ambiente implacável - consequências sérias para erros ou falhas, como ser despedido.
- Mentalidade fixa - crença em que as habilidades são talentos inatos, em oposição a serem desenvolvidas com esforço.
- Pouco compromisso com a aprendizagem - os adultos tipicamente aprendem um hobby por alguns meses, mas depois o abandonam devido a restrições de tempo e/ou dificuldades.
- Aprender uma habilidade de cada vez - ou nenhuma.
"Nós ainda precisamos testar nossa teoria com estudos científicos específicos, mas esta teoria é baseada em mais de cinco décadas de pesquisa. O que eu quero que os adultos tirem deste estudo é que podemos aprender muitas novas habilidades em qualquer idade. É necessário apenas tempo e dedicação. Parece que tornamos muito difícil para nós mesmos e para outros adultos aprenderem ... Talvez seja por isso que alguns aspectos do envelhecimento cognitivo são autoimpostos," finalizou Rachel.
Fonte: Diário da Saúde - www.diariodasaude.com.br
URL: https://diariodasaude.com.br/print.php?article=envelhecer-nao-reduz-capacidade-aprender
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