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10/03/2025 Emoções positivas e sono profundo melhoram a retenção da memóriaRedação do Diário da Saúde![]()
Cada estágio do sono produz sonhos diferentes.[Imagem: Jess Foami/Pixabay]
REM ou não-REM? Já sabemos há muito tempo que o sono ajuda a consolidar nossas memórias e também que o sono reforça as emoções positivas e amortece as emoções negativas. Agora, cientistas japoneses descobriram como memórias perceptivas ligadas a emoções positivas, como alegria ou felicidade, são fortalecidas durante o sono, o que ajuda a entender a base neurológica para superar condições como dependência de drogas e até o chamado distúrbio hipersexual, ou vício em sexo. O objetivo era esclarecer qual parte do sono é mais importante para solidificar as memórias emocionais: o sono REM (o momento do sono em que sonhamos intensamente) ou o sono não REM - REM é uma sigla em inglês para "movimentos oculares rápidos", um período que se encontra entre o sono profundo (não REM) e o estado em que os sonhos ocorrem (REM). Os pesquisadores primeiro estabeleceram equivalentes de eventos neutros e emocionais válidos para camundongos, para que fosse possível examinar o que o cérebro faz de diferente durante o sono quando as emoções estão envolvidas. Em uma situação neutra, os camundongos machos foram autorizados a explorar apenas uma textura lisa no dia 1 do experimento, como um período de aprendizado, e texturas lisas e sulcadas no dia seguinte, como um período de teste. Quando a memória da textura lisa foi mantida até o dia 2, eles exploraram preferencialmente a textura sulcada, mas não a textura lisa, porque os camundongos preferem naturalmente ambientes novos. ![]() Uma experiência emocional positiva durante a aprendizagem melhora a memória perceptiva [Imagem: Masanori Murayama Lab/Riken] Emoção positiva muda tudo Tudo mudou quando a textura suave foi pareada com uma experiência emocional positiva, a interação com uma fêmea: A memória da textura durou muito mais. Mesmo com um intervalo de quatro dias, no dia 5, os camundongos ainda preferiram a textura suave, mostrando que essa conjunção de eventos produzia memórias de textura emocionalmente muito mais fortes. "Este é o primeiro estudo a demonstrar o aprimoramento da memória perceptual por meio de emoções em animais experimentais. Fomos capazes de fazer isso e, como consequência, identificamos circuitos neurais críticos envolvidos no aprimoramento da memória perceptual," disse o professor Masanori Murayama. Esses circuitos foram identificados na amígdala, que alguns consideram como o centro emocional do cérebro. De fato, como a mesma equipe havia descoberto anteriormente, a amígdala se conecta a um circuito cortical de cima para baixo, do córtex motor ao sensorial, que controla a percepção precisa e a memória de informações, como as de textura usadas no experimento. Este circuito trirregional fortalece memórias perceptivas emocionalmente vinculadas. Finalmente, as gravações cerebrais mostraram que essas três regiões cerebrais foram ativadas cooperativamente nos períodos de aprendizagem e reativadas durante o sono não REM inicial, mas não durante o sono REM, para reforçar a memória. "Tradicionalmente, o sono REM tem sido considerado o estágio primário para o processamento da memória emocional," comentou Murayama. "Nossas descobertas desafiam essa ideia e, em vez disso, apoiam o sono não REM como o estágio crítico." ![]() O cochilo após o almoço estimula a aprendizagem também através do sono não REM. [Imagem: Hector Garcia/Wikimedia] Terapêuticas para vícios Este estudo não apenas explica como a emoção aprimora outros tipos de memórias (por exemplo, da percepção), mas também aponta para tratamentos potenciais para condições como vício, em que os sintomas são às vezes desencadeados por informações perceptivas em um fenômeno chamado revivescência, ou memória retrospectiva (flashback). Acredita-se que tais informações sejam fortemente memorizadas em conexão com eventos emocionais que ocorreram muito antes dos episódios. Ao modular a atividade cerebral na amígdala e regiões relacionadas durante o sono não REM, para enfraquecer as memórias perceptivas que desencadeiam revivescências, pode ser possível prevenir ou tratar o vício. A equipe pretende a seguir explorar como estas descobertas se aplicam a modelos de doenças, como declínio de memória relacionado à idade ou vício. "Por exemplo, será importante examinar se podemos recuperar ou mesmo fortalecer memórias em camundongos idosos," disse Murayama. "Nosso objetivo final é usar esse conhecimento para desenvolver tratamentos que melhorem a saúde mental e as condições relacionadas à memória." Fonte: Diário da Saúde - www.diariodasaude.com.br URL: https://diariodasaude.com.br/print.php?article=emocoes-positivas-sono-profundo-melhoram-retencao-memoria A informação disponível neste site é estritamente jornalística, não substituindo o parecer médico profissional. Sempre consulte o seu médico sobre qualquer assunto relativo à sua saúde e aos seus tratamentos e medicamentos. |