26/10/2020

Efeitos do hormônio do amor na ansiedade dependem de onde ele age

Redação do Diário da Saúde
Efeitos do hormônio do amor na ansiedade dependem de onde ele age
A ocitocina apresentou resultados promissores contra Alzheimer em estudo recente feito por outra equipe - o hormônio do amor também previne o surgimento da osteoporose.[Imagem: Tokyo University of Science]

Hormônio do amor e hormônio da ansiedade

Por décadas, os cientistas defenderam que a ocitocina - ou oxitocina -, um hormônio que também pode atuar como neurotransmissor, regula o comportamento pró-social, como empatia, confiança e vínculo, o que levou à sua popular classificação de "hormônio do amor".

No entanto, conforme as pesquisas avançaram, ficou claro que a ocitocina também desempenha um papel nos comportamentos e emoções antissociais, incluindo menor cooperação, inveja e ansiedade.

Como a ocitocina poderia exercer papéis opostos tem sido alvo de grande debate, mas Natalia Wilckens, da Universidade da Califórnia em Davis, acaba de lançar uma luz sobre como isso pode funcionar.

Trabalhando com camundongos, os pesquisadores mostraram que a ocitocina pode ter efeitos sociais ou antissociais, dependendo de onde ela é produzida no cérebro.

Onde é produzida a ocitocina

Embora a maior parte da ocitocina seja produzida em uma área do cérebro conhecida como hipotálamo, parte dela é produzida em outra área do cérebro, conhecida como núcleo leito da estria terminal, ou NLET. O NLET é conhecido por seu papel na resposta ao estresse, e pode desempenhar um papel fundamental em transtornos psiquiátricos como depressão, dependência química e ansiedade.

O que a equipe descobriu é que a ocitocina produzida no NLET aumenta os comportamentos de ansiedade social induzidos pelo estresse. Isso pode explicar por que a ocitocina às vezes pode ter efeitos antissociais.

"Antes deste estudo, sabíamos que o estresse aumentava a atividade dos neurônios produtores de ocitocina localizados no NLET, mas não sabíamos se eles poderiam afetar o comportamento. Nossos experimentos mostram que a produção de ocitocina no NLET é necessária para a ansiedade social comportamentos nos camundongos," disse Wilckens.

A equipe agora pretende estudar como esses neurônios se ativam em resposta ao estresse e por que esse efeito é mais duradouro nas mulheres do que nos homens, com o objetivo final de encontrar estratégias terapêuticas que possam ajudar pacientes que sofrem de transtorno de ansiedade social.

 

Fonte: Diário da Saúde - www.diariodasaude.com.br

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