17/03/2023

Dormir pouco diminui drasticamente efeitos da vacinação

Redação do Diário da Saúde
Dormir pouco diminui drasticamente efeitos da vacinação
Dormir pouco teve um efeito dramático na geração de anticorpos induzida pela vacina. [Imagem: Karine Spiegel et al. - 10.1016/j.cub.2023.02.017]

Duração do sono e efeito das vacinas

A intensidade com que uma vacina protege você pode depender de você ter dormir o suficiente nos dias anteriores e posteriores à vacinação.

E esta não é uma conclusão vinda de um estudo qualquer, mas de uma meta-análise, um grande esforço que examinou todos os estudos científicos feitos até agora sobre a relação entre sono e vacinação.

A conclusão é que dormir menos de seis horas por noite na época da vacinação reduz fortemente a produção de anticorpos - normalmente, recomenda-se que os adultos durmam entre sete e nove horas por noite.

A meta-análise incluiu dados sobre a associação entre a duração do sono e as respostas de anticorpos para as vacinas contra influenza e hepatite.

Embora dados comparáveis sobre a vacinação contra covid-19 não estivessem disponíveis, os pesquisadores afirmam que o conjunto de estudos destaca a necessidade de identificar intervenções comportamentais simples - como sono suficiente - que possam melhorar a resposta à vacinação, sobretudo em um contexto de pandemia.

"Nós descobrimos anteriormente que a terapia cognitivo-comportamental, bem como a atenção plena, melhoram a insônia e também normalizam vários aspectos da imunidade, embora ainda não se saiba se o tratamento da insônia possa aumentar as respostas à vacinação," disse o professor Michael Irwin, da Universidade da Califórnia de Los Angeles.

Perda imunológica profunda

O enfraquecimento da resposta imunológica naqueles com sono reduzido foi tão profunda que é comparável ao declínio dos anticorpos contra a covid-19 dois meses após a vacinação com as injeções Pfizer-BioNTech ou Moderna.

Os pesquisadores também examinaram os dados por sexo, já que as mulheres geralmente têm uma resposta mais forte à vacinação do que os homens. Houve uma forte associação entre a duração do sono e a resposta de anticorpos nos homens, mas serão necessários mais dados para as mulheres, porque os estudos não controlaram as variações nos níveis de hormônios sexuais, que são conhecidos por afetar a função imunológica.

Estudos em larga escala também são necessários para determinar quanto as pessoas devem dormir para promover uma resposta ideal à vacina no momento da inoculação, disseram os pesquisadores.

 

Fonte: Diário da Saúde - www.diariodasaude.com.br

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