02/09/2022

Dormir menos torna as pessoas menos propensas a ajudar os outros

Redação do Diário da Saúde
Dormir pouco diminui bondade das pessoas
A relação entre sono e bondade é direta e forte. [Imagem: Eti Ben Simon/Matthew Walker/UC Berkeley]

Sono e bondade

Seja uma noite de privação de sono, uma variação natural do sono ou apenas uma única hora de sono perdida, não dormir totalmente bem diminui a disposição das pessoas de ajudar outras pessoas necessitadas.

Eti Simon e seus colegas da Universidade da Califórnia em Berkeley (EUA) demonstraram que esse efeito inusitado da perda de sono está associado à redução da atividade na rede cognitiva pró-social do cérebro.

Os pesquisadores examinaram como a perda de sono afeta esse comportamento humano essencial - a bondade, ou a disposição para ajudar os outros - e viram os mesmos resultados em três experimentos diferentes.

Primeiro, a disposição individual de ajudar os outros e a atividade cerebral foram avaliadas por meio de um questionário de altruísmo após uma noite de sono normal e após uma noite de privação de sono, e esses indivíduos tiveram sua atividade cerebral avaliada por ressonância magnética.

No segundo experimento, um grupo de pessoas recebeu o questionário de altruísmo depois de manter diários de sono avaliando a qualidade e a quantidade do seu sono.

Finalmente, a equipe avaliou campanhas de doações nos Estados Unidos nas semanas antes e depois da perda de uma hora de sono devido ao início do horário de verão.

Sono impactando o tecido social

A ressonância magnética mostrou que a privação do sono diminuiu a atividade na rede cerebral de cognição social conhecida por ser mais ativa durante comportamentos pró-sociais.

No geral, esse enfraquecimento na atividade cerebral pró-social foi associado a menos desejo de ajudar os outros nos dois primeiros experimentos - esse desejo foi relatado pelos próprios voluntários. E a queda na atividade cerebral pró-social também foi associada a menos ajuda monetária real no terceiro experimento, que identificou uma queda de 10% nos valores de doação após a perda de uma hora de sono.

O estudo indica que atos altruístas, como ajudar vítimas de desastres naturais ou guerras, podem ser prejudicados por pequenas reduções no sono. Por outro lado, pedir ajuda às pessoas ou cronometrar a doação para períodos de sono adequado pode tornar as campanhas de arrecadação de fundos mais eficazes.

"Ajudar é uma característica central e fundamental da humanidade. Esta nova pesquisa demonstra que a falta de sono degrada o próprio tecido da sociedade humana. O modo como operamos como uma espécie social - e somos uma espécie social - parece profundamente dependente de quanto sono estamos conseguindo," disse Walker.

 

Fonte: Diário da Saúde - www.diariodasaude.com.br

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