21/10/2011

A dificuldade de conciliar candidatos a pais com crianças para adoção

Com informações da Agência Brasil

Adotadores e adotáveis

O número de casais interessados em adotar crianças é cinco vezes maior do que o número de crianças e adolescentes à espera de adoção.

Isto é o que revela o Cadastro Nacional de Adoção, divulgado pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

O cadastro mostra que há 4.900 crianças e adolescentes registrados para adoção no Brasil.

O número de pretendentes inscritos, por sua vez, chega a 26.936.

O filho que eu quero ter

O Cadastro também revela a dificuldade de conciliar o que os candidatos a pais adotivos esperam de seus novos filhos e o perfil das crianças à espera de um novo lar.

Por exemplo, 9.842 (36,54%) dos que pretendem adotar preferem crianças ou adolescentes brancos.

Quase metade das crianças para adoção está categorizada como "pardas" - o dicionário Aurélio define pardo como mulato, ou "de cor entre o branco e o preto; quase escuro".

As crianças brancas disponíveis para adoção somam 1.657, o que representa 33,82% do total.

Gestação múltipla

Segundo o CNJ, outro entrave à adoção está na faixa etária.

Mais da metade dos pretendentes (59%) querem adotar crianças de até 3 anos de idade.

O terceiro fator é a indisposição dos pretendentes em adotar grupos de irmãos.

Segundo o cadastro, 22.341 pretendentes desejam adotar apenas uma criança. Das crianças e adolescentes disponíveis para adoção, 3.780 têm irmãos.

Agilidade anciã

Mas o CNJ reconhece problemas também na Justiça.

"O [Poder] Judiciário da Infância e da Juventude ainda não está suficientemente aparelhado para ser mais ágil. Segundo, ainda que estivéssemos aparelhados e bem estruturados para sermos mais rápidos, é preciso tomar uma série de cuidados ao colocarmos uma criança em uma família. Temos que saber quem é essa família", disse o desembargador Antônio Carlos Malheiros.

Depois que um casal é habilitado, a média hoje é que a adoção leve cerca de dois anos para ser efetivada.

Para Malheiros, somente as campanhas de orientação e estímulo das adoções poderão reduzir o número de crianças e adolescentes em abrigos: "Não podemos parar com nossas campanhas. Temos que fazer uma atrás da outra".

 

Fonte: Diário da Saúde - www.diariodasaude.com.br

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