28/01/2022

Desinformação abrange setor de saúde, não apenas a pandemia

Redação do Diário da Saúde
Desinformação abrange setor de saúde, não apenas a pandemia
A desinformação existe em todo o setor de saúde - mas não tanto quanto se acredita. [Imagem: David A. Broniatowski et al. - 10.1371/journal.pone.0261768]

Desinformação da saúde

Em um estudo inédito, comparando centenas de milhões de postagens de mídia social sobre tópicos de saúde, pesquisadores descobriram que as postagens sobre a covid-19 são menos propensas a conter desinformação do que as postagens sobre outros tópicos de saúde.

Além disso, David Broniatowski e seus colegas da Universidade George Washington (EUA) descobriram que a desinformação em saúde já era um problema antes da pandemia.

Embora todos os tipos de informações sobre a covid-19 - incluindo a desinformação - fossem populares entre março e maio de 2020, essas postagens eram mais propensas a vir de governos e instituições acadêmicas. Em muitos casos, as postagens dessas fontes eram mais propensas a se tornarem virais do que postagens de fontes que rotineiramente espalham informações erradas ou falsas.

"No início da pandemia, governos e organizações de todo o mundo começaram a prestar atenção ao problema da desinformação em saúde online. Mas quando você compara com o que estava acontecendo antes da pandemia, você começa a ver que a desinformação em saúde já era generalizada. O que mudou foi que, quando a covid-19 chegou, os governos e as plataformas de mídia social começaram a prestar atenção e agir," disse Broniatowski.

Governos que espalham desinformação

A equipe coletou postagens no Twitter e no Facebook no início da pandemia - entre março de 2020 e maio de 2020 -, quando o conteúdo sobre a covid-19 estava crescendo rapidamente. Eles então compararam essas postagens com postagens sobre outros tópicos de saúde do mesmo período de 2019, observando a credibilidade dos sites que cada postagem compartilhava.

As fontes mais confiáveis incluíram fontes governamentais e acadêmicas, bem como os meios de comunicação tradicionais. As fontes consideradas "não críveis" incluíam sites orientados para a conspiração e sites patrocinados pelo Estado conhecidos por espalhar propaganda, que eram 3,67 vezes mais propensos a espalhar desinformação do que sites confiáveis.

"A desinformação sempre esteve presente, mesmo em proporções mais altas antes do início da covid-19. Muitas pessoas sabiam disso, o que torna a desinformação subsequente espalhada durante a covid-19 totalmente previsível," disse Mark Dredze, membro da equipe. "Se tivéssemos sido mais proativos no combate à desinformação, talvez não estivéssemos em uma crise antivacinação hoje."

"Essas descobertas sugerem que a 'infodemia' da desinformação é uma característica geral das informações de saúde online, não restrita à covid-19," disse Broniatowski. "Claramente, há muita desinformação sobre covid-19, mas as tentativas de combatê-las podem ser mais bem informadas comparando-as com o ecossistema mais amplo de desinformação da saúde."

 

Fonte: Diário da Saúde - www.diariodasaude.com.br

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