15/10/2008

Dê um passo atrás para avançar emocionalmente

Diane Swanbrow

Analisando os próprios sentimentos

Quando você está angustiado ou deprimido, você deve analisar seus sentimentos para descobrir o que está errado ou deve simplesmente não pensar nisso e seguir em frente?

Uma nova pesquisa sugere uma solução para estas questões e para um paradoxo psicológico relacionado: Supõe-se que a reflexão sobre as emoções facilite o processo de lidar com elas, mas tentativas de entender emoções dolorosas freqüentemente saem pela culatra e perpetuam ou reforçam emoções e humores negativos.

Autodistanciamento emocional

A solução não está nem na negação e nem no deixar-de-lado. De acordo com o psicólogo Ethan Kross, da Universidade de Michigan (Estados Unidos), a melhor forma de avançar emocionalmente é analisar os sentimentos de alguém a partir de uma perspectiva psicologicamente distanciada.

"Nós não somos muito bons em analisar nossos sentimentos de forma a nos sentirmos melhores," diz Kross. "Pensar sobre o que fazemos é uma habilidade humana inestimável, mas ficar revisando nossos erros seguidamente, re-experimentando as mesmas emoções negativas que sentimos inicialmente, tende a nos manter travados na negatividade. Pode ser de grande auxílio dar-se um tempo mentalmente, para depois sentar-se e tentar rever a situação de uma certa distância."

Filosofias orientais

Esta abordagem é largamente associada com filosofias orientais como o Budismo e o Taoísmo, e com práticas como a Meditação Transcendental. Mas, segundo Kross, qualquer um pode fazer isso com um pouco de prática.

"Usar a metáfora do termostato é útil para muitas pessoas. Quando as emoções negativas começam a tomar conta, simplesmente baixe a temperatura emocional um pouco a fim de pensar sobre o problema racional e claramente," diz ele.

Aprendendo o autocontrole

Kross, que está lecionando uma disciplina de autocontrole neste semestre, publicou dois artigos científicos sobre o assunto neste ano. Um dá evidências experimentais de que as técnicas de autodistanciamento melhoram a recuperação cardiovascular depois de emoções negativas. O outro mostra que a técnica ajuda a proteger contra a depressão.

Nas próximas pesquisas, Kross planeja investigar se o autodistanciamento ajuda a lidar com outros tipos de emoção, incluindo a ansiedade, e as melhores formas de ensinar as pessoas como se engajar em análises de autodistanciamento no seu dia-a-dia, e não apenas quando se pede a elas que relembrem experiências negativas em uma pesquisa de laboratório.

 

Fonte: Diário da Saúde - www.diariodasaude.com.br

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