18/06/2024

Danos associados a tratamentos e procedimentos médicos aumentaram nos últimos 30 anos

Redação do Diário da Saúde
Danos associados a tratamentos e procedimentos médicos aumentaram nos últimos 30 anos
A população está envelhecendo, e é preciso garantir que os idosos não sejam vítimas dos efeitos colaterais negativos.[Imagem: Gerado por IA/DALL-E]

Quando a Medicina dá errado

O número de pacientes que sofreram danos associados a procedimentos médicos, tratamentos e contato com sistemas de saúde aumentou 59% em todo o mundo entre 1990 e 2019.

Este valor é superior ao crescimento populacional (45%) no mesmo período. Os idosos sofrem mais efeitos adversos, com o principal aumento ocorrendo naqueles com idade entre 65 e 69 anos.

Estas são as conclusões de um estudo exploratório utilizando um modelo matemático aplicado a bases de dados de 204 países sobre atendimento ambulatorial, de emergência, domiciliar e hospitalar.

A partir do que registram essas fontes de dados, o professor Liangquan Lin, da Faculdade de Medicina da União de Pequim (China), calculou a tendência da incidência de eventos adversos derivados de tratamentos médicos de 1990 a 2019, ou seja, os eventos adversos indesejados resultantes de um procedimento, tratamento ou outro contato com o sistema de saúde.

Além disso, tradicionalmente existe uma subnotificação desses eventos, especialmente em países de baixa renda, e a sua incidência é moldada por múltiplos fatores que não são fáceis de controlar.

Pior para os mais velhos

Os eventos adversos aos tratamentos médicos tornaram-se um importante problema de saúde pública em todo o mundo, levando a alertas contundentes, de que a medicina salva muitos, mas também mata milhares, por exemplo. Esses efeitos negativos estão entre as principais causas de mortalidade evitável tanto nos países desenvolvidos como nos países de baixa renda.

De 1990 a 2019, o número total de eventos adversos dos tratamentos médicos (EATM) aumentou de 11,3 milhões para 18,0 milhões, um aumento de 59,3%, ultrapassando o crescimento populacional de 44,6% no mesmo período.

A taxa de incidência de EATM para todas as idades foi de 232,5 por 100.000 habitantes em 2019, representando um aumento de 10,1% nos últimos 30 anos, observados principalmente entre a população mais idosa. Isto representa um crescimento líquido na taxa de incidência global de 0,631% por ano, apesar da implementação global de políticas que dão prioridade à segurança dos pacientes.

As implicações destas conclusões são que, à medida que o envelhecimento da população mundial se intensifica, juntamente com o aumento da quantidade de serviços de saúde prestados, é necessário tomar medidas para fazer face ao "custo" cada vez maior dos eventos adversos dos tratamentos médicos, concluiu o estudo.

 

Fonte: Diário da Saúde - www.diariodasaude.com.br

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