29/11/2022 Imagens inéditas mostram como a enxaqueca modifica o cérebroRedação do Diário da Saúde
(A) Hiperintensidades de substância branca profunda pontuada (WMH) (setas), mais proeminentes nos lobos frontais. (B) Controle livre de enxaqueca sem WMH pontuada.[Imagem: RSNA/Wilson Xu]
Espaços perivasculares Neurocientistas descobriram que pacientes que sofrem de enxaqueca apresentam espaços perivasculares aumentados no cérebro. "Em pessoas com enxaqueca crônica e enxaqueca episódica sem aura, há mudanças significativas nos espaços perivasculares de uma região do cérebro chamada centrum semiovale," disse o Dr. Wilson Xu, da Universidade do Sul da Califórnia em Los Angeles (EUA). "Essas mudanças nunca foram relatadas antes." A enxaqueca é uma condição frequentemente debilitante, envolvendo uma dor de cabeça recorrente grave. As enxaquecas também podem causar náuseas, fraqueza e sensibilidade à luz. Os espaços perivasculares, por sua vez, são espaços cheios de líquido que circundam os vasos sanguíneos no cérebro. Eles são mais comumente localizados nos gânglios da base e na substância branca do cérebro e ao longo do trato óptico. A magnitude deles é afetada por vários fatores, incluindo anormalidades na barreira hematoencefálica e inflamação. Quando eles se apresentam muito aumentados, isso pode ser um sinal de uma doença dos pequenos vasos. "Os espaços perivasculares fazem parte de um sistema de depuração de fluidos no cérebro," explicou Xu. "Estudar como eles contribuem para a enxaqueca pode nos ajudar a entender melhor as complexidades de como as enxaquecas ocorrem." (A) Espaços perivasculares (PVS) centrum semiovale (CSO) aumentados (setas) em um caso com enxaqueca crônica. (B) Controle livre de enxaqueca sem CSO PVS aumentado. [Imagem: RSNA/Wilson Xu] Efeitos da enxaqueca no cérebro Para determinar a associação entre a enxaqueca e os espaços perivasculares, os pesquisadores usaram ressonância magnética de sete teslas (7T), que permitiu comparar as alterações microvasculares estruturais em diferentes tipos de enxaqueca. "Como a ressonância magnética 7T é capaz de criar imagens do cérebro com resolução muito maior e melhor qualidade do que outros tipos de ressonância magnética, ela pode ser usada para demonstrar mudanças muito menores que acontecem no tecido cerebral após uma enxaqueca," justificou Xu. Os participantes do estudo incluíram 10 pacientes com enxaqueca crônica, 10 com enxaqueca episódica sem aura e cinco controles saudáveis da mesma idade. O número de espaços perivasculares aumentados no centro semiovale é significativamente maior nos pacientes com enxaqueca em comparação com os controles saudáveis. Além disso, o aumento da quantidade de espaço perivascular no centro semiovale se correlaciona com a gravidade da hiperintensidade da substância branca profunda nos pacientes com enxaqueca. Os pesquisadores levantam a hipótese de que diferenças significativas nos espaços perivasculares dos pacientes com enxaqueca podem indicar uma ruptura glinfática no cérebro. O sistema glinfático é um sistema de eliminação de resíduos que utiliza canais perivasculares para ajudar a eliminar proteínas solúveis e metabólitos do sistema nervoso central. No entanto, se essas alterações afetam o desenvolvimento da enxaqueca ou resultam da enxaqueca, é algo que ainda não é possível determinar. Para isso será necessário fazer um acompanhamento contínuo de amostras maiores e um acompanhamento longitudinal para estabelecer melhor a relação entre as mudanças estruturais no cérebro e o desenvolvimento e o tipo de enxaqueca. Fonte: Diário da Saúde - www.diariodasaude.com.br URL: https://diariodasaude.com.br/print.php?article=como-enxaqueca-modifica-cerebro A informação disponível neste site é estritamente jornalística, não substituindo o parecer médico profissional. Sempre consulte o seu médico sobre qualquer assunto relativo à sua saúde e aos seus tratamentos e medicamentos. |