25/02/2019 Cientistas mostram que principal teoria sobre o autismo está erradaRedação do Diário da Saúde
Recentemente, a renomada revista Nature Medicine anunciou que as causas genéticas do autismo foram postas em cheque.[Imagem: Nature/Divulgação]
Teoria da inibição no autismo Experimentos em modelos de autismo contestaram a suposição mais comum dos cientistas sobre o que aconteceria de errado nos circuitos cerebrais para causar os sintomas da doença. A principal hipótese atual sobre a causa dos sintomas do autismo é que os neurônios receberiam pouca inibição ou muita excitação, causando hiperexcitabilidade. Esses disparos excessivos gerariam uma espécie de "ruído" que interferiria na função normal do cérebro e, por decorrência, afetariam o comportamento, levando aos sintomas característicos do autismo: problemas com interações sociais, défices de linguagem, pensamentos e comportamentos repetitivos e hipersensibilidade a estímulos sensoriais. Neurocientistas da Universidade da Califórnia em Berkeley (EUA) contestaram essa hipótese demonstrando que, embora a inibição diminua nos cérebros dos modelos animais, o equilíbrio alterado entre excitação e inibição não afeta os disparos dos neurônios. Não haveria então o tal "ruído" proposto pela teoria, com o equilíbrio alterado funcionando como um mecanismo compensatório que estabiliza a atividade cerebral em resposta ao distúrbio. Remédios para autismo "Muitos grupos estão procurando maneiras de aumentar a inibição no cérebro, seja através de drogas ou através de terapia genética, na suposição de que o aumento da inibição irá restaurar o cérebro de volta ao normal. "Mas, na verdade, nossos resultados sugerem que a perda de inibição pode representar uma compensação útil que o cérebro está fazendo, ou pode não estar relacionada aos sintomas da doença. E, se você for lá e aumentar a inibição, poderá piorar as coisas ou não afetar as coisas em nada," disse o professor Daniel Feldman, coordenador do estudo. A descoberta deverá enviar os cientistas de volta ao laboratório para determinar o que está realmente causando a diminuição da inibição e o aumento da excitação dos neurônios, e que papel essas mudanças desempenham - se é que desempenham - no cérebro dos autistas, disse Feldman. O estudo foi publicado na revista Neuron. Fonte: Diário da Saúde - www.diariodasaude.com.br URL: https://diariodasaude.com.br/print.php?article=cientistas-mostram-principal-teoria-sobre-autismo-esta-errada A informação disponível neste site é estritamente jornalística, não substituindo o parecer médico profissional. Sempre consulte o seu médico sobre qualquer assunto relativo à sua saúde e aos seus tratamentos e medicamentos. |