20/04/2020

Cientistas melhoram eficácia do botox

Redação do Diário da Saúde
Cientistas melhoram eficácia do botox
Atualmente existem duas toxinas botulínicas - tipos A e B - que são aprovadas pelas autoridades de saúde. [Imagem: CC0 Public Domain/Pixabay]

Aplicações do botox

As toxinas botulínicas - mais conhecidas como botox - têm vários usos na medicina: Tratar a hiperatividade muscular na bexiga hiperativa, corrigir o desalinhamento dos olhos no estrabismo, inibir espasmos no pescoço na distonia cervical e muito mais.

Atualmente existem duas toxinas botulínicas - tipos A e B - que são aprovadas pelas autoridades de saúde e amplamente utilizadas.

Embora elas sejam seguras e eficazes, as toxinas também podem se afastar do local da injeção, reduzindo a eficácia e causando efeitos colaterais.

Uma nova pesquisa, realizada no Hospital Infantil de Boston (EUA), revelou agora que alguns pequenos ajustes de engenharia no botox B podem torná-lo mais eficaz e duradouro, com menos efeitos colaterais.

Como fazer o botox B ligar-se aos nervos

O botox funciona ligando-se aos nervos próximos à sua junção com os músculos, usando dois receptores celulares. Uma vez acoplada, a substância bloqueia a liberação do neurotransmissor, paralisando o músculo.

Os pesquisadores estavam procurando maneiras de fazer com que o botox B se ligasse mais fortemente às células nervosas, para mantê-lo no lugar e evitar efeitos colaterais.

Em outro membro da família botox, tipo DC, eles identificaram um terceiro meio de ligação com as células nervosas: um "gancho" de ligação lipídica capaz de penetrar nas membranas lipídicas. Por meio de estudos de modelagem estrutural, Linxiang Yin e seus colegas descobriram que, quando determinados aminoácidos estão na ponta do gancho, a toxina pode realmente usá-los para se conectar à superfície da célula nervosa, além de se ligar aos receptores da toxina.

Além disso, descobriu a equipe, embora o botox B contenha essa mesma alça de ligação lipídica, ele não possui esses aminoácidos essenciais na ponta.

Então a equipe os adicionou através de engenharia genética, criando um botox B melhor.

Melhor botox

Como esperado, as alterações introduzidas aumentaram a capacidade da toxina de se ligar às células nervosas. Em um modelo de camundongo, a toxina manipulada foi absorvida pelos neurônios locais ao redor do local da injeção com mais eficiência do que a forma de botox B aprovada, com menos difusão do local da injeção.

Isso levou a uma paralisia muscular local mais eficaz, mais duradoura e toxicidade sistêmica reduzida.

"Nós criamos uma toxina aprimorada que mostrou maior eficácia terapêutica, melhor faixa de segurança e duração muito mais longa," disse o professor Min Dong. "A toxina do tipo A não possui a alça de ligação lipídica, por isso ainda estamos trabalhando na engenharia dessa capacidade de ligação lipídica no tipo A."

 

Fonte: Diário da Saúde - www.diariodasaude.com.br

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