07/01/2012 OMS critica cientistas que criaram vírus mutante da gripe aviáriaRedação do Diário da SaúdePuxão de orelhas A Organização Mundial da Saúde (OMS) criticou duramente os cientistas que criaram em laboratório uma cepa mortal do vírus H5N1, da gripe aviária. Duas equipes de cientistas, uma da Holanda e outra dos Estados Unidos, afirmam ter encontrado um modo de criar uma linhagem do H5N1 transmissível entre humanos, o que o torna capaz de provocar pandemias letais. Anunciada nos últimos dias de 2011, a pesquisa ainda não foi aceita para publicação por nenhuma revista científica pelas preocupações éticas e pelo temor de que os resultados possam levar à criação de armas biológicas. Até agora, nem mesmo os cientistas criadores dos vírus mutantes conseguiram justificar sua pesquisa ou demonstrar qualquer benefício que ela possa produzir. Controle dos cientistas Segundo a OMS, o trabalho dos cientistas criadores do vírus mortal deve ser rigidamente controlado, podendo ter riscos significativos à saúde humana em nível mundial. "A Organização Mundial da Saúde está profundamente preocupada com as potenciais consequências negativas", diz a organização, destacando a transmissibilidade do vírus entre humanos e o possível mau uso da pesquisa como as maiores preocupações. Assessores de segurança dos Estados Unidos também fizeram um pedido de censura inédito, temendo que a publicação de detalhes do estudo possa difundir conhecimento suficiente para a fabricação de uma arma biológica. O Conselho Nacional de Ciência para a Biossegurança daquele país também pediu às revistas Science e Nature, às quais o trabalho foi submetido, que disponibilizem o estudo apenas em versões editadas, o que não foi aceito até agora. Para a OMS, "embora esteja claro que o ato de conduzir pesquisas para obter conhecimento deve continuar, também está claro que certas pesquisas, e principalmente aquelas que podem gerar formas mais perigosas de vírus, têm riscos". H5N1 O vírus H5N1 é extremamente mortal em pessoas diretamente expostas ao vírus de aves infectadas. Desde que foi detectado, em 1997, cerca de 600 pessoas o contraíram e mais da metade delas morreram, uma taxa de letalidade inédita. A letalidade só não é maior porque, até agora, não existia uma forma natural do vírus transmissível de humano para humano - o homem só adquire o H5N1 a partir das aves. Mas os cientistas criaram artificialmente essa mutação, e nem mesmo as revistas científicas sabem como lidar com tal "descoberta". A prestigiada Science fez um chamamento público, pedindo que os próprios cientistas sugiram como lidar com os resultados de tal pesquisa. Benefícios incertos O Instituto Nacional de Saúde dos Estados Unidos afirma que financiou os dois estudos sobre como o vírus poderia ficar mais transmissível em humanos com o objetivo de obter conhecimento sobre como reagir se a mutação ocorrer de forma natural. Mas os estudos não indicam como destruir o vírus criado. A OMS afirma que tal pesquisa deveria ser feita "apenas depois que tiverem sido identificados todos os riscos à saúde pública e benefícios importantes" e "houver a certeza que as proteções necessárias para minimizar o potencial para consequências negativas estejam em vigor". Fonte: Diário da Saúde - www.diariodasaude.com.br URL: https://diariodasaude.com.br/print.php?article=cientistas-criaram-virus-mutante-gripe-aviaria A informação disponível neste site é estritamente jornalística, não substituindo o parecer médico profissional. Sempre consulte o seu médico sobre qualquer assunto relativo à sua saúde e aos seus tratamentos e medicamentos. |