27/12/2017 Campanha em hospitais evita 10.000 cesarianas desnecessáriasCom informações da Agência BrasilParto Adequado Com 136 maternidades participantes, a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) inicia em janeiro a segunda etapa da Campanha Parto Adequado. A meta é reduzir o número de cesarianas desnecessárias, ou seja, que não tenham indicação clínica e sejam feitas apenas por conveniência das partes envolvidas, podendo, inclusive, causar prejuízos à saúde do bebê. No ano passado, 35 maternidades fizeram parte da primeira fase da campanha. O projeto é desenvolvido em parceria com o Hospital Albert Einstein e com o Institute for Healthcare Improvement. Sessenta e oito operadoras de planos de saúde manifestaram interesse em apoiar o projeto. Afastamento do bebê e da mãe Segundo Rodrigo Aguiar, da ANS, a antecipação do parto pode causar consequências negativas para a saúde da mãe e, principalmente, do bebê. Entre os problemas mais frequentes estão as complicações respiratórias, considerando que o recém-nascido não está com o sistema respiratório amadurecido o suficiente para lidar com o mundo exterior. Por causa disso, aumenta a incidência de internações em unidades de terapia intensiva (UTIs) neonatais, o que afasta o bebê da mãe nos primeiros dias de vida. "Só essas duas consequências já são suficientes para a gente desincentivar essa prática", disse o diretor da ANS. Quando o parto ocorre de forma natural, há uma série de benefícios para o bebê. Além da relação mais aproximada que já se estabelece com a mãe, Rodrigo Aguiar ressaltou que existe uma indução muito maior ao aleitamento materno. "A mãe produz melhor o leite, e o bebê recebe, aceita e absorve melhor aquele leite". A criança nascida de parto normal consegue também se preparar melhor para se adaptar ao mundo externo, com maior amadurecimento do pulmão e contato com as bactérias benéficas da mãe, reduzindo a incidência de doenças infantis, acrescentou Aguiar. Ele lembrou que há ainda uma recuperação mais rápida do útero e do corpo da mulher. Evitar cesáreas desnecessárias Na primeira fase da campanha, que funcionou como uma experiência-piloto, os hospitais participantes conseguiram evitar a realização de 10 mil cesarianas desnecessárias. O número de partos normais cresceu 76%, ou o equivalente a 16 pontos percentuais, passando de 21%, em 2014, para 37%, em 2016. Ocorreram avanços também em outros indicadores de saúde. Rodrigo Aguiar citou a redução do número de entradas em UTI neonatal em 14 dos 35 hospitais que participaram da campanha - as internações as passaram de 86 por mil nascidos vivos para 69 por mil nascidos vivos. No momento, os hospitais que aderiram à campanha estão passando por uma aprendizagem presencial, em que são treinados para melhor organizar sua estrutura de parto para que eles se deem de forma natural. Fonte: Diário da Saúde - www.diariodasaude.com.br URL: https://diariodasaude.com.br/print.php?article=campanha-hospitais-cesarianas-desnecessarias A informação disponível neste site é estritamente jornalística, não substituindo o parecer médico profissional. Sempre consulte o seu médico sobre qualquer assunto relativo à sua saúde e aos seus tratamentos e medicamentos. |