18/07/2013

Bisturi inteligente faz biópsia de câncer durante cirurgia

Redação do Diário da Saúde

Bisturi inteligente

Um médico-inventor viu uma oportunidade em uma técnica inventada há quase 100 anos e criou um "bisturi inteligente" que pode mudar a forma como as cirurgias de remoção de tumores são realizadas.

O bisturi inteligente poderá informar aos cirurgiões imediatamente, durante a operação, se o tecido que estão cortando é canceroso ou não.

Hoje é feita uma remoção adicional de tecido, para evitar deixar células cancerosas no paciente, ou o paciente deve ficar na mesa de operações, anestesiado, aguardando a biópsia. Ou, como no caso do câncer de mama, pode ser necessário repetir a cirurgia.

No primeiro estudo para testar a invenção em salas de cirurgias reais, as análises dos tecidos de 91 pacientes diagnosticados pelo novo bisturi apresentaram 100% de precisão.

Eletrocirurgia

O bisturi é baseado na eletrocirurgia, uma tecnologia inventada na década de 1920 e largamente usada hoje.

Bisturis eletrocirúrgicos usam uma corrente elétrica para aquecer rapidamente o tecido, cortando-o, minimizando a perda de sangue.

Ao fazer isso, o bisturi elétrico vaporiza o tecido, criando uma fumaça que normalmente é sugada por sistemas de extração.

Bisturi inteligente faz biópsia de câncer durante cirurgia
O bisturi é baseado na eletrocirurgia, uma tecnologia inventada na década de 1920 e largamente usada hoje.
[Imagem: J. Balog et al./Science]

O Dr. Zoltan Takats, do Imperial College de Londres, percebeu que essa fumaça poderia se tornar uma rica fonte de informação biológica.

Ele então conectou um bisturi elétrico a um espectrômetro de massa, um aparelho usado para identificar produtos químicos que se encontram presentes em uma amostra. E estava pronto o seu iKnife, como ele o batizou.

Diferentes tipos de células produzem milhares de metabólitos em diferentes concentrações, de modo que o perfil dos produtos químicos em uma amostra biológica pode revelar o estado e a composição do tecido.

Tempo real

Em todos os 91 testes, o tipo de tecido identificado pelo bisturi inteligente bateu com o diagnóstico pós-operatório, feito com base nos métodos tradicionais.

O protótipo do aparelho ainda não permite que os cirurgiões vejam os resultados em tempo real.

Agora, os pesquisadores querem realizar um novo ensaio clínico para ver se, quando os cirurgiões dispõem dessa análise à sua frente, em um monitor de computador, haverá melhoria para os pacientes nos resultados das cirurgias.

 

Fonte: Diário da Saúde - www.diariodasaude.com.br

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