24/11/2020 Barulho excessivo associado com maior risco de AlzheimerRedação do Diário da Saúde
Especialistas em saúde pública do mundo todo têm alertado que a poluição sonora tem sido negligenciada, sendo comum a verificação de ruídos acima dos níveis permitidos pela legislação.[Imagem: CC0 Public Domain/Pixabay]
Ruído e Alzheimer Estar submetido a níveis contínuos de 10 decibéis a mais de ruído aumenta em até 36% o risco de comprometimento cognitivo leve e até 30% a chance de ser diagnosticado no futuro com doença de Alzheimer. Ainda não é uma prova de causalidade, mas os resultados são um indicativo de que é necessário estudar melhor a influência do ruído excessivo sobre as demências, sobretudo para os trabalhadores que estão sujeitos a níveis contínuos de barulho, dizem os pesquisadores. "Ainda estamos nos estágios iniciais da pesquisa sobre [a eventual conexão entre] ruído e demência, mas os sinais até agora, incluindo os do nosso estudo, sugerem que devemos prestar mais atenção à possibilidade de que o ruído afete o risco cognitivo à medida que envelhecemos," disse a professor Jennifer Weuve, da Universidade de Boston (EUA). "Se isso for verdade, talvez possamos usar políticas e outras intervenções para reduzir os níveis de ruído experimentados por milhões de pessoas. Essas diretrizes foram definidas para proteger contra perda auditiva. Muitos dos nossos participantes foram expostos a níveis muito mais baixos," acrescentou ela. Ruído e cérebro Os pesquisadores analisaram a relação entre a função cognitiva dos participantes e os níveis de ruído nos bairros onde viviam por um período de 10 anos. Eles também examinaram como a data de nascimento, sexo, raça, nível de educação, renda familiar, consumo de álcool, tabagismo, atividade física e status socioeconômico do bairro influenciavam nessa relação. Depois de levar em conta esses outros fatores, os participantes do estudo que viviam com 10 decibéis a mais de ruído perto de suas residências durante o dia apresentaram 36% mais chances de ter comprometimento cognitivo leve e 30% mais chances de ter doença de Alzheimer. Contudo, há ainda um fator que precisa ser esclarecido, antes que o barulho seja responsabilizado pelo efeito: o nível socioeconômico do bairro mostrou a mesma indicação, com residentes de bairros de baixo nível socioeconômico mostrando a associação mais forte entre o nível de ruído e a chance de Alzheimer ou deficiência cognitiva leve. "Esta é uma descoberta importante, pois milhões são afetados atualmente por altos níveis de ruído em suas comunidades," disse a pesquisadora Sara Adar. "Embora o ruído não tenha recebido muita atenção até agora, há uma oportunidade de saúde pública aqui, pois há intervenções que podem reduzir a exposição tanto no nível individual quanto na população." Fonte: Diário da Saúde - www.diariodasaude.com.br URL: https://diariodasaude.com.br/print.php?article=barulho-excessivo-associado-maior-risco-alzheimer A informação disponível neste site é estritamente jornalística, não substituindo o parecer médico profissional. Sempre consulte o seu médico sobre qualquer assunto relativo à sua saúde e aos seus tratamentos e medicamentos. |