18/04/2016 Antibióticos não promovem troca de genes resistentes em bactériasRedação do Diário da Saúde
Em vez de trocar genes para aumentar a resistência, as bactérias parecem ser destruídas, emergindo uma nova cepa que adquiriu a resistência ao medicamento. [Imagem: Universidade de Duke]
Compartilhamento de genes Com resultados que desafiam tudo o que os cientistas vinham anunciando nos últimos anos, novos resultados indicam que, com exceção de alguns poucos exemplos específicos, os antibióticos não promovem a propagação da resistência bacteriana através da troca genética. Embora o uso excessivo dos antibióticos esteja, inegavelmente, no coração da crescente crise global de resistência bacteriana, o novo estudo sugere que a culpa é da dinâmica populacional das bactérias, e não de um maior compartilhamento genético. Isso tem implicações importantes para a definição dos protocolos de tratamento com antibióticos para evitar a propagação da resistência bacteriana e do desenvolvimento de novos antibióticos. "É extremamente tentador supor que os antibióticos estejam promovendo a disseminação da resistência aumentando a taxa na qual as bactérias partilham genes resistentes umas com as outras, mas os nossos estudos mostram que muitas vezes elas não compartilham," disse Lingchong You, da Universidade Duke e principal autor do novo estudo. Conjugação genética As bactérias podem partilhar DNA através de um processo chamado de conjugação, que permite que genes úteis se espalhem rapidamente entre indivíduos e até mesmo entre espécies. Como o número de bactérias resistentes aos antibióticos aumenta quando os antibióticos não são mais capazes de matá-las, os cientistas presumiram que os antibióticos aumentam a quantidade de permutação genética. Mas Lingchong levantou a hipótese de que talvez os medicamentos estivessem matando as duas linhagens "pais" e permitindo que uma nova cepa que acaba de adquirir a resistência prospere em seu lugar. "Estudos anteriores não foram capazes de testar essas duas ideias separadamente, mas o nosso trabalho as dissociou," disse o professor Allison Lopatkin, coautor do trabalho. "Mostramos ao nível de células [bacterianas] individuais que a troca de genes de resistência não é influenciada em nada pelos antibióticos, o que está em contraste com a literatura científica." Emergência As taxas de troca de genes em cada ensaio mantiveram-se as mesmas e, em alguns casos, de fato diminuíram ligeiramente conforme a concentração de antibióticos aplicados aumentava. "Parece que, quando os antibióticos são aplicados, a troca de DNA já ocorreu e continua a ocorrer," disse Lingchong. "Dependendo das doses, as drogas podem fazer com que as bactérias recém-resistentes surjam como vencedoras. Quando isso ocorre, a nova cepa é muito mais prevalente do que antes se os testes forem executados depois de algum crescimento da nova estirpe." Fonte: Diário da Saúde - www.diariodasaude.com.br URL: https://diariodasaude.com.br/print.php?article=antibioticos-troca-genes-bacterias A informação disponível neste site é estritamente jornalística, não substituindo o parecer médico profissional. Sempre consulte o seu médico sobre qualquer assunto relativo à sua saúde e aos seus tratamentos e medicamentos. |