17/09/2012 Criada anestesia controlada pela luzRedação do Diário da Saúde
Animais que receberam a anestesia fotossensível voltam à atividade quando iluminados com luz violeta. E ficam novamente anestesiados quando a luz é desligada.[Imagem: Stein et al./Angewandte Chemie]
Interruptor de pacientes Cientistas inseriram moléculas fotossensíveis ao propofol, um anestésico largamente usado em cirurgias e outras sedações. O resultado é uma anestesia cujo efeito pode ser controlado com luz. A nova anestesia fotossensível também poderá ser usada para tratamento de algumas doenças oculares. Funcionamento dos anestésicos A maioria dos anestésicos opera amortecendo a atividade dos neurônios - são os chamados neurotransmissores inibitórios. O propofol, por exemplo, interage com receptores nas membranas das células neurais que normalmente se ligam ao neurotransmissor inibitório GABA (gamma-amino butyric acid). A ligação ao GABA abre canais de proteínas através dos quais íons negativos de cloretos fluem para a célula. Aumentar o potencial de repouso elétrico através da membrana torna o neurônio menos propenso ao disparo em resposta a um estímulo de entrada. O propofol amplia esse efeito, o que o faz funcionar como um anestésico. Anestesia controlada pela luz Agora, a equipe do Dr. Dirk Trauner, da Universidade de Munique (Alemanha), desenvolveu um derivativo do propofol que permite que a ação do GABA seja regulada pela luz. "Juntando um interruptor molecular ao propofol, obtivemos uma molécula sensível à luz que é um anestésico mais potente do que o propofol sozinho no escuro," disse Trauner. Neste caso, a luz funciona desativando o efeito anestésico do composto. Em experimentos com animais, que receberam uma anestesia geral com o propofol fotossensível, todos voltaram rapidamente à atividade quando foram iluminados com luz violeta. Quando a luz foi desligada, os animais ficaram novamente imobilizados, sob efeito da anestesia. Reversão da cegueira O novo anestésico controlado pela luz também poderá ser utilizado para tratar algumas formas de cegueira, como a retinite pigmentosa, que leva à perda de visão devido à destruição progressiva das células fotorreceptoras dos olhos. No entanto, os neurônios mais profundos da retina não são afetados, e são acessíveis pela luz ambiente. "As células interiores também têm receptores de GABA nas suas superfícies e, em princípio, elas podem ser transformados em células que respondem à luz com a ajuda do novo composto, o que nos permitiria contornar os fotorreceptores defeituosos," diz Trauner, que agora está trabalhando com colegas da Suíça e dos EUA para demonstrar essa possibilidade. Fonte: Diário da Saúde - www.diariodasaude.com.br URL: https://diariodasaude.com.br/print.php?article=anestesia-controlada-luz A informação disponível neste site é estritamente jornalística, não substituindo o parecer médico profissional. Sempre consulte o seu médico sobre qualquer assunto relativo à sua saúde e aos seus tratamentos e medicamentos. |