25/10/2012

Álcool reduz mais tempo de vida das mulheres que dos homens

Redação do Diário da Saúde

Alcoolismo e mortalidade

Embora seja bem documentado que as taxas de mortalidade entre dependentes de álcool sejam altas, a maioria desse conhecimento é baseada em estudos de populações clínicas, ou seja, já envolvidas com a condição.

Um novo estudo é o primeiro a examinar o excesso de mortalidade e seus preditores entre indivíduos alcoólatras na população em geral.

O estudo se estendeu ao longo de um período de 14 anos.

Alcoolismo entre mulheres

Os dados revelam que a taxa de mortalidade anual é 4,6 vezes maior para as mulheres dependentes de álcool em comparação com a população feminina em geral.

Já os homens com alcoolismo têm a taxa de mortalidade anual 1,9 vez maior do que a população masculina em geral.

O resultado, que surpreendeu os pesquisadores, mostrando a importância do novo levantamento, mostra que, enquanto problema de saúde pública, o alcoolismo entre as mulheres é um problema muito mais grave do que o alcoolismo entre os homens.

Isso, segundo os pesquisadores, indica a necessidade de políticas de recuperação especialmente voltadas para as mulheres dependentes de álcool.

Falta de dados sobre alcoolismo

"Os dados clínicos revelaram uma maior proporção de indivíduos [dependentes de álcool] que morreram do que entre a população em geral da mesma idade," explicou o Dr. Ulrich John, professor da Faculdade de Medicina de Greifswald (Alemanha).

"Dados específicos por gênero são raros, mesmo entre amostras clínicas. Além disso, estes estudos têm duas limitações principais.

"Primeiro, sabemos que apenas uma minoria de indivíduos dependentes de álcool recebe tratamento para essa doença, mas não sabemos como ocorre essa 'seleção' entre quem é tratado e quem não é.

"Segundo, nós não temos nenhuma evidência sobre os efeitos potenciais do tratamento especializado contra o alcoolismo na mortalidade entre as pessoas que diagnosticadas como dependentes de álcool. Gostaríamos de saber se o tratamento pode aumentar o tempo de sobrevivência. Por razões éticas, não é possível realizar ensaios controlados. Assim, dados longitudinais como os descritos neste estudo são úteis," explicou o pesquisador.

Eficácia dos tratamentos contra alcoolismo

As conclusões principais do estudo são três.

"Primeiro, nós descobrimos que as taxas de mortalidade anuais foram 4,6 vezes maiores para as mulheres e 1,9 vez superior para o sexo masculino em relação à idade e sexo específicos da população em geral.

"Em segundo lugar, nós descobrimos que a idade média de morte é de 60 anos para as mulheres e 58 anos para homens, sendo que ambos são cerca de 20 anos menores do que a idade média de morte entre a população geral.

Nenhum dos mortos em todo o estudo tinha atingido a idade de expectativa de vida para seu gênero e idade.

"Em terceiro lugar, ter participado de tratamento com internação contra dependência de álcool não foi relacionado com maior sobrevida em relação a não ter tomado parte no tratamento, o que significa que ele não parece ter um efeito protetor suficiente contra a morte prematura," conclui o pesquisador.

 

Fonte: Diário da Saúde - www.diariodasaude.com.br

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