Ultrassonografia e anestesia
Novos métodos de anestesia e os mais recentes tratamentos, remédios e conceitos para tratamento da dor crônica - mal que atinge cerca de 70 milhões de brasileiros - foram discutidos por cerca de 600 especialistas de todo o país na 44ª Jornada Sul Brasileira de Anestesiologia, realizada em Florianópolis.
Entre as novidades do encontro está a utilização da ultrassonografia para reduzir as chances de complicações na aplicação de anestesia local.
Aplicação precisa da anestesia
A técnica, desenvolvida há quatro anos e utilizada no país há cerca de três anos, permite a identificação precisa do ponto onde deve ser aplicada a anestesia, tornando mais segura a realização de bloqueios anestésicos tanto para procedimentos cirúrgicos quanto para tratamento e controle da dor, garante o presidente da Sociedade Brasileira de Anestesiologia, Luiz Antonio Vane.
"O sistema de ultrassonografia, que já é usado para outras situações, agora foi aplicado na identificação de estruturas nervosas para que se possa depositar o anestésico local numa situação mais precisa tanto quanto ao local onde vai ser administrado o anestésico, quanto sua relação com estruturas como veias e artérias, que caminham junto aos nervos", explica Vane. A técnica, segundo ele, reduz o risco de lesão a veias e artérias.
Maior segurança para o paciente
"Dá para fazer o bloqueio sem a ultrassonografia, e ele sempre foi feito sem grandes problemas até o momento. Mas, disponibilizada a técnica, seu uso facilita a identificação destas estruturas e, lógico, traz uma segurança maior para a realização do procedimento", reitera. Frisa, porém, que os procedimentos anestésicos já são muito seguros. Se o profissional for bem preparado e for utilizado um bom anestésico e material esterilizado, o risco é mínimo, garante o presidente da Sociedade Brasileira de Anestesiologia.
"A incidência de problemas mais sérios durante uma anestesia, por causa anestésica pura e simples, é de uma para cada 500 mil anestesias. É um procedimento extremamente seguro, mesmo sem ultrassom", afirma. "É mais perigoso você atravessar uma grande avenida do que se submeter a uma anestesia", compara Vane.
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