Revestimento para marcapassos
Pesquisadores do Instituto Federal de Tecnologia (ETH) de Zurique (Suíça) desenvolveram uma membrana protetora feita de celulose que reduz significativamente o acúmulo de tecido fibrótico ao redor dos marcapassos cardíacos implantados.
Isso promete simplificar muito os procedimentos cirúrgicos em pacientes com marcapassos.
"Todo marcapasso deve ser substituído em algum momento. Quando chega esse momento, normalmente após cinco anos, quando a bateria do dispositivo expira, o paciente precisará ser submetido à cirurgia," explica o professor Aldo Ferrari. "Se um excesso de tecido fibrótico se formou ao redor do marcapasso, isso complica o procedimento. Nesses casos, o cirurgião deve cortar e remover esse excesso de tecido. Isso não apenas prolonga a operação, mas também aumenta o risco de complicações, como infecção."
Para evitar esses problemas, Ferrari e seus colegas passaram os últimos anos desenvolvendo uma membrana com uma estrutura superficial especial que é menos propícia ao crescimento de tecido fibrótico do que a superfície metálica lisa dos marcapassos.
Nanocelulose
A membrana é feita de celulose purificada em nanoescala - por isso chamada nanocelulose - e montada de forma a criar uma estrutura parecida com favos de mel. As pequenas "quinas" formadas pela congruência das paredes, cada uma medindo cerca de 10 micrômetros (10 milésimos de milímetro), dificulta a adesão das células, minimizando o desenvolvimento de tecido fibrótico.
O material já se provou eficaz em ensaios com animais na redução do acúmulo indesejável de tecido fibrótico ao redor do implante: o tecido fibrótico que se formou à sua volta tinha, em média, apenas um terço da espessura do tecido que se formou ao redor dos marcapassos não encapsulados.
Agora que o material provou ser bem-sucedido em ensaios com animais, os cientistas planejam solicitar a aprovação dos primeiros ensaios clínicos em humanos.
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