Vendo o invisível
Uma nova tecnologia, capaz de gerar imagens do interior do corpo humano em cores e com alto nível de resolução, está pronta para sair dos laboratórios científicos e ir para os laboratórios de exames clínicos e hospitais.
Desde a descoberta dos raios X, cada nova tecnologia de geração de imagens do corpo humano é recoberta com uma aura de mágica, graças à capacidade de subitamente tornar visível o que até então não se conseguia ver, a não ser em cirurgias.
Isto está acontecendo também com a recém-lançada tomografia fotoacústica, que consegue gerar imagens do corpo humano sem usar radiações perigosas.
Imagens geradas por luz e som
Como seu nome indica, a tomografia fotoacústica combina a luz e o som.
Suas imagens com qualidade incomparável, são resultado de um alto contraste, devido à absorção da luz por moléculas coloridas, como a hemoglobina ou a melanina, e a elevada resolução espacial do ultra-som.
Entre os avanços mais interessantes da tomografia fotoacústica está a capacidade de revelar o uso de oxigênio pelos tecidos, porque a queima excessiva de oxigênio (chamada hipermetabolismo) é uma marca registrada do câncer.
O Dr. Lihong Wang, da Universidade de Washington, está coordenando quatro testes clínicos que objetivam validar aplicações da tomografia fotoacústica.
O primeiro é para visualizar os linfonodos sentinelas, que são importantes no tratamento do câncer de mama; um segundo para monitorar a resposta precoce à quimioterapia; outro para gerar imagens de melanomas; e o quarto para gerar imagens do trato gastrointestinal.
Nos estágios iniciais do câncer, não há muito o que fazer, diz Wang, e, assim, um exame precoce que não requeira um agente de contraste é potencialmente "uma virada no jogo".
Tomografia fotoacústica
Embora todos já tenhamos nos acostumado com as imagens cinzentas de raios X, onde a estrutura interna do corpo aparece como claros e sombras, elas são um substituto muito pobre para fotografias reais do nosso interior.
Essas fotografias não existem porque os fótons de luz conseguem penetrar nossos tecidos moles somente até uma profundidade de cerca de um milímetro. A partir daí eles se dispersam, tornando impossível reconstruir seus caminhos para criar uma imagem.
Mas esse espalhamento não destrói os fótons, que podem atingir uma profundidade de cerca de 7 centímetros.
O truque da tomografia fotoacústica é converter a luz absorvida mais profundamente - é usado um laser de pulsos - em ondas sonoras, que dispersam mil vezes menos do que a luz.
Essas ondas de som são então usadas para transmitir de volta para a superfície as informações dos tecidos.
A absorção da luz pelas moléculas abaixo da superfície da pele cria uma pressão termicamente induzida que emite ondas sonoras de volta. Essas ondas são então captadas por receptores de ultra-som e reagrupadas para criar o que é, com efeito, uma fotografia do interior do corpo.
Com a grande vantagem de que, ao contrário dos raios X, a luz visível não faz qualquer mal aos tecidos do corpo humano.
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