Efeitos negativos dos celulares
Uma em cada cinco mulheres, e um em cada oito homens, estão perdendo o sono devido ao tempo que gastam em seus telefones celulares.
Este é um dos resultados de uma pesquisa realizada pela Universidade de Tecnologia de Queensland (Austrália). Foram entrevistados 709 usuários de telefones celulares, com idades entre 18 e 83 anos, para saber que influência o uso dos celulares poderia ter sobre a qualidade de vida das pessoas.
Usando um questionário "capcioso", para evitar que os voluntários direcionassem as respostas, a equipe constatou um aumento significativo - em relação a uma pesquisa similar feita em 2005 - de pessoas culpando seus celulares por perderem o sono, por estarem menos produtivas, por assumir mais riscos ao dirigir e até mesmo por sofrer mais dores.
Os resultados mostraram que 24% das mulheres e 15% dos homens podem ser classificados como "usuários problemáticos de telefones celulares". Para os jovens de 18 a 24 anos, o número salta para 40,9%, com 23,5% dos entrevistados de 25 a 29 anos sofrendo também do que os pesquisadores chamam de "tecnoferência" - a interferência da tecnologia na qualidade de vida.
Influência do celular na vida diária
As principais conclusões da pesquisa incluem:
Uma em cada cinco mulheres (19,5%) e um em cada oito homens (11,8%) perdem o sono devido ao tempo que gastam em seu celular (contra 2,3% das mulheres e 3,2% dos homens em 2005).
12,6% dos homens dizem que a sua produtividade diminuiu como resultado direto do tempo que gastam em seu celular - comparado a nenhum em 2005 - e 14% das mulheres também notaram um declínio de produtividade (2,3% em 2005).
14% das mulheres tentam esconder a quantidade de tempo que gastam no celular (3% em 2005), assim como 8,2% dos homens (3,2% em 2005).
54,9% das mulheres acreditam que seus amigos acharão difícil entrar em contato com elas se não tiverem um celular por perto (28,8% em 2005), e 41,6% dos homens acreditam o mesmo (quase idêntico aos 41,9% de 2005).
8,4% das mulheres (3% em 2005) e 7,9% dos homens (1,6% em 2005) têm dores que atribuem ao uso do celular - costas, pescoço e mãos, principalmente.
25,9% das mulheres (3,8% em 2005) e 15,9% dos homens (6,5% em 2005) dizem que há momentos em que preferem usar o celular do que lidar com questões mais urgentes. Para os jovens de 18 a 25 anos, esse número foi de 51,4% (10,5% em 2005).
Tecnoferência
O professor Oscar Oviedo-Trespalacios, coordenador da pesquisa, chama o conjunto desses efeitos de "tecnoferência".
"Quando falamos sobre tecnoferência, estamos nos referindo às intrusões e interrupções cotidianas que as pessoas experimentam devido aos telefones celulares e seu uso. Nossa pesquisa descobriu que a tecnoferência aumentou entre homens e mulheres, em todas as idades.
"Este resultado sugere que os telefones celulares estão potencialmente afetando cada vez mais aspectos do funcionamento diurno devido à falta de sono e ao aumento do abandono de responsabilidades," afirmou.
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