Cientistas conseguiram restaurar a audição de animais de laboratório parcialmente surdos por excesso de ruído.
Isto foi possível aumentando a produção de uma proteína-chave no ouvido das cobaias. A proteína, chamada NT3, opera na manutenção da comunicação entre os ouvidos e o cérebro.
Os pesquisadores acreditam que o sucesso no experimento com animais abre o caminho para o teste da técnica em seres humanos, melhorando o tratamento da perda de audição causada pela exposição ao ruído ou pelo envelhecimento.
Fita sináptica
O trabalho revela que células que têm sido tradicionalmente vistas como meros "atores coadjuvantes" da conexão ouvido-cérebro na verdade têm um papel fundamental.
Até agora os cientistas acreditavam que essas células serviam apenas como suporte físico para as "estrelas" do sistema auditivo: as células ciliadas do ouvido que interagem diretamente com os nervos que levam sinais de som para o cérebro.
Ocorre que a proteína NT3 é crucial para formar e manter as conexões entre as células ciliadas e as células nervosas. Este tipo especial de conexão, chamada fita sináptica, permite a comunicação extra-rápida de sinais que viajam para trás e para frente através de pequenas lacunas entre os dois tipos de células.
Restaurando a audição
Usando uma técnica genética especial, os pesquisadores induziram a produção de NT3 adicional em células de áreas específicas do ouvido interno dos animais tornados surdos por ruído excessivo.
As cobaias com maiores níveis de NT3 recuperaram a capacidade de ouvir muito melhor do que os camundongos de controle.
Agora, Gabriel Corfas e seus colegas da Universidade de Michigan (EUA), pretendem explorar o papel da NT3 em ouvidos humanos, e procurar fármacos que possam aumentar a produção ou a ação da proteína.
Embora o desenvolvimento e aplicação de tais medicamentos em seres humanos possa levar vários anos para se tornar realidade, a nova descoberta dá um alvo certeiro para o desenvolvimento.
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