Retinoblastoma
O Instituto Nacional do Câncer (Inca) oferece um tratamento capaz de preservar a visão de 80% das crianças que apresentam o câncer de olho, chamado retinoblastoma.
Para que a terapia tenha mais chances de sucesso, no entanto, é fundamental diagnosticar a doença o mais cedo possível.
Apesar de raro, o retinoblastoma é considerado o câncer ocular mais frequente nas crianças, afetando uma a cada 17 mil crianças nascidas vivas.
A tecnologia utilizada pelo Inca foi desenvolvida no Japão e chegou aos países ocidentais há cerca de 15 anos. Em vez de sessões de quimioterapias que afetam todo o corpo, o tratamento consiste em usar um cateter para inserir uma quimioterapia localizada, que afeta apenas o olho da criança.
O tratamento é recomendado quando não há a indicação de cirurgia, apresentando uma série de vantagens, além da eficácia.
"O avanço está na possibilidade de fazer um tratamento muito localizado, que não se espalha pelo corpo e não tem aqueles malefícios da quimioterapia, quando é feita por via venosa. Não tem enjoo, queda de cabelo, a baixa da imunidade e tem uma eficácia muito grande, já que a concentração da quimioterapia se restringe à área do olho," explica Nathalia Grigorovski, oncologista pediátrica do Inca.
Foto com flash
O tratamento localizado permitiu aumentar de 20% para 80% a preservação da visão das crianças após a doença, que precisa ser diagnosticada precocemente.
"O rastreamento é feito através do teste do reflexo vermelho, conhecido também como teste do olhinho. Esse exame deve ser feito pela primeira vez na maternidade, antes da alta, e depois repetido em todas as consultas de puericultura, que são aquelas consultas dos primeiros anos," explica Clarissa Mattosinho, também do Inca.
A fotografia com flash é a ferramenta mais simples à disposição dos pais para procurarem ajuda médica a tempo. "Na fotografia, você vai observar um reflexo branco na retina, e o reflexo normal é um reflexo vermelho-alaranjado. Quando houver um reflexo branco, é um sinal de alerta, e a criança tem que ser levada para uma avaliação do oftalmologista," detalhou Clarissa, acrescentando que não há risco em utilizar o flash, e que o reflexo branco também pode ser sinal de outras enfermidades.
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