26/06/2017

Resina do cajueiro trata refluxo gastroesofágico

Com informações da Agência Fapesp
Resina do cajueiro trata refluxo gastroesofágico
A resina do cajueiro, além de conferir proteção tópica, tem ação anti-inflamatória sobre a mucosa do esôfago.
[Imagem: UFPI]

Resina medicinal

De qualquer corte ou dano no tronco do cajueiro, emerge uma resina pastosa, que ajuda a cicatrizar a ferida na árvore, além de matar insetos e fungos e permitir que a planta elimine compostos desnecessários.

Como o homem aprendeu há milênios, essas resinas vegetais também podem ter uso para proteger a saúde humana.

Pesquisadores das universidades federais do Ceará (UFC) e do Piauí (UFPI) confirmaram agora a resina purificada do cajueiro (Anacardium occidentale) pode se tornar uma importante ferramenta no tratamento da doença do refluxo gastroesofágico, condição que afeta milhões de pessoas em todo o mundo.

"Nos testes feitos com tecido de 33 pacientes, obtidos por meio de biópsia, observamos que a goma do cajueiro adere profundamente às células do esôfago, formando um biofilme e aumentando a resistência contra os danos causados pelo ácido gástrico. Nossa hipótese é que, além de conferir proteção tópica, o polímero também tenha ação anti-inflamatória", disse o professor Marcellus Souza, coordenador da pesquisa.

Refluxo gastroesofágico

A descoberta foi possível graças a um modelo experimental capaz de mimetizar em camundongos a forma mais prevalente da doença em humanos: o refluxo gastroesofágico não erosivo, que atinge entre 60% e 70% dos pacientes e que, mesmo apresentando sintomas como azia, não aparece no exame de endoscopia.

"Nossos resultados mostram que a goma do cajueiro reduziu o edema e a permeabilidade do tecido. Ou seja, ao combater a inflamação, a terapia manteve íntegra a barreira epitelial, impedindo os ácidos gástricos de atravessar para a região abaixo do epitélio, onde podem ativar receptores envolvidos na sensação de dor [azia]", explicou.

Em testes feitos in vitro, com biópsia de pacientes, também foi observada uma redução na permeabilidade do tecido do esôfago após o tratamento com a goma do cajueiro.

"No momento, estamos realizando estudos de toxicidade para avaliar a segurança e definir a dose ideal para que, futuramente, possam ser realizados ensaios clínicos [em pacientes humanos] com o polímero," afirmou Souza.

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