08/04/2016

Pneus velhos viram armadilha contra Aedes aegypti

Com informações da Universidade Laurentia e Agência Brasil
Pneus velhos viram armadilha contra Aedes aegypti
A armadilha contra o Aedes aegypti é feita de pneus velhos, ícones da sujeira e do acúmulo de água parada que permite a proliferação dos pernilongos.
[Imagem: Daniel Pinelo]

Armadilha de pneus

Pesquisadores do Canadá e do México desenvolveram um método eficaz e barato para destruir os ovos do mosquito que transmite a dengue, a febre chikungunya e o zika, recorrendo ao "perfume" dos próprios insetos para atrair as fêmeas.

O mais surpreendente é que a armadilha é feita de pneus velhos, ícones da sujeira e do acúmulo de água parada que permite a proliferação dos pernilongos.

O sistema inclui uma armadilha batizada de ovillanta, criada a partir de duas partes de 50 centímetros cortadas de um pneu velho e sobrepostas. No interior da vasilha é colocado um fluido leitoso e não tóxico, desenvolvido por pesquisadores da Universidade Laurentia, no Canadá. É esse fluido que atrai os mosquitos.

Dentro do líquido é colocada uma tira de papel ou madeira, sobre a qual a fêmea do mosquito põe os ovos. Esta tira é removida duas vezes por semana, para monitoramento e para que os ovos sejam destruídos, por fogo ou com etanol.

A concentração de feromônio - o "perfume" natural dos animais - aumenta com o tempo, tornando a armadilha cada vez mais atrativa para os mosquitos, relatam os investigadores.

Destruição de ovos do Aedes aegypti

O dispositivo foi testado na Guatemala, onde permitiu a destruição de sete vezes mais ovos do que com as armadilhas comuns colocadas nas proximidades.

Durante o estudo, que durou dez meses e usou 84 ovillantas, a equipe recolheu e destruiu mais de 18.100 ovos de Aedes aegypti por mês em sete bairros da localidade de Sayaxche, que tem 15.000 habitantes - isto é quase sete vezes mais do que os 2.700 ovos recolhidos mensalmente com 84 armadilhas comuns na mesma região.

A equipe relatou que, durante o estudo, não foram registrados novos casos de dengue na zona abrangida pelo estudo, uma comunidade que normalmente teria duas ou três dezenas de casos naquele período.

Gerardo Ulibarri, idealizador da armadilha de pneus, afirma que destruir ovos do mosquito com a ovillanta custa um terço do que custaria fazê-lo em depósitos de água natural e apenas 20% do que custaria o uso de pesticidas, que, além de matarem os insetos, prejudicam os morcegos, as libélulas e outros predadores naturais dos mosquitos.

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