Mitos sobre o sono
Se você está procurando dicas para dormir melhor, tome cuidado.
O problema é que existem muitos conceitos errados sobre o sono não apenas na população em geral, mas também entre alguns profissionais de saúde.
A grande dificuldade em lidar com a questão é que não há uma receita única que valha para todos - e mesmo se você conseguir uma receita personalizada, verá que ela irá variar com a sua idade.
"É importante compreender os processos naturais que afetam a todos nós em algum momento de nossas vidas para que possamos distinguir entre fatos comprovados e mitos," alerta o Dr. Malcolm von Schantz, professor de cronobiologia da Universidade de Surrey (Reino Unido).
O Dr. Malcolm fez então uma lista dos mitos mais disseminados sobre o sono.
Mito 1: Adolescentes dormem muito porque são preguiçosos
Quando os adolescentes apresentam problemas para acordar cedo, isso não é uma indicação de preguiça - isso reflete as mudanças biológicas que estão ocorrendo com eles.
Uma mudança no horário do sono durante a adolescência é verificada em todo o mundo e até mesmo em outras espécies, como no macaco sagüi.
Pode haver boas razões evolucionárias para essa mudança, como encorajar os jovens a se afiliarem mais a seus pares e a se afastarem do ninho familiar; ou para permitir que as sociedades prosperem (quando os membros trabalham em horários ligeiramente diferentes, alguém está sempre alerta para perigos potenciais).
O ideal é que a sociedade apoie essa mudança natural no horário do sono, como o início da escola mais tarde para os adolescentes.
Mito 2: Padrões biológicos não podem ser alterados
Embora a mudança no horário do sono durante a adolescência seja impulsionada pela biologia, isso não significa que nada possa ser feito.
Muitos fatores, como o horário em que comemos e nos exercitamos, podem ajudar a ajustar nosso relógio biológico para acertar nosso tempo com o mundo ao nosso redor.
A luz é um fator crítico para regular o sono: A exposição saudável à luz pela manhã e evitar a luz à noite podem ajudar a sincronizar os ritmos do sono. Aqueles de nós que já têm ritmos atrasados devem evitar luzes fortes no fim da noite.
Você deve ter visto a nova tendência de óculos coloridos para bloquear a luz azul. Levando em consideração os dados de estudos mais recentes, é melhor usá-los lá pelo final do dia, quando você quer relaxar para uma boa noite de sono, e evitá-los pela manhã, quando você quer se levantar e ficar cheio de energia.
Mito 3: Tente dormir 8 horas toda noite
Uma porção de estudos científicos sugere que não devemos perder o sono se quisermos ficar o mais dispostos possível.
É importante nos darmos tempo suficiente para dormir, mas todos diferimos na quantidade de sono necessária. A ideia de que todos nós precisamos de exatamente 8 horas de sono por noite é um mito.
A Fundação Nacional do Sono (Reino Unido) recomenda que os adolescentes normalmente tenham de 8 a 10 horas de sono por noite, mas isso também é variável - uma minoria precisará de apenas 7 horas, e outros de 11 horas.
A ideia de que devemos "fazer de tudo" para dormir também não é verdadeira. O melhor sono deve ser um processo automático, natural e sem esforço - "fazer de tudo" para dormir torna particularmente difícil adormecer.
O que nós devemos nos esforçar ao máximo é para encontrar tempo para dormir quando sentirmos que precisamos.
Mito 4: Dormir no fim de semana é uma má ideia
Os especialistas em sono aconselham consistência quando se trata de nossos horários de sono. Devemos adormecer e acordar na mesma hora todos os dias.
Obviamente, isso vai muito bem se não tivermos compromissos para atrapalhar.
Na realidade, muitas vezes os jovens são obrigados a acordar muito antes de estarem biologicamente prontos para fazê-lo, e podem ter dificuldade em adormecer cedo, o que significa que a maioria ficará sem sono. Portanto, dormir um pouco mais no fim de semana pode ajudar muitos jovens a recuperar o atraso.
Mas cuidado, variações demais também podem resultar em uma mudança no tempo de sono, conhecida como "jetlag social". Isso tem sido associado à falta de concentração e sensação de desânimo. O descanso do fim de semana não é necessariamente uma coisa ruim, desde que seja feito com moderação.
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