Gordura marrom
Embora seja uma característica dos recém-nascidos, uma certa proporção da população adulta tem não apenas tecido adiposo branco, mas também gordura marrom, conhecida como "gordura boa", um tecido adiposo que ajuda a converter açúcar e gordura em calor.
De fato, temos três vezes mais gordura boa do que se pensava quando a gordura marrom foi descoberta na década passada.
As pessoas adultas que têm tecido adiposo marrom são melhores em regular a temperatura do corpo no inverno e têm menor probabilidade de sofrer de excesso de peso ou diabetes.
Gordura marrom e estatinas
Agora coloque a gordura boa de lado e pense noutra coisa aparentemente desconexa: Muitos médicos estão receitando estatinas como uma forma de reduzir o risco de ataques cardíacos, uma vez que essas substâncias reduzem os níveis de colesterol no sangue.
Elas estão entre os medicamentos mais prescritos em todo o mundo, apesar de várias pesquisas mostrarem que as estatinas são uma faca de dois gumes.
Quem juntou as duas coisas - gordura marrom e estatinas -, descobrindo uma conexão nada feliz entre elas, foram Miroslav Balaz e seus colegas do Instituto Federal de Tecnologia (ETH) de Zurique (Suíça).
Balaz descobriu que a via bioquímica responsável pela produção de colesterol desempenha um papel central na transformação das células de gordura branca, que formam a camada de gordura sob a pele, tornando-se "boas" células de gordura marrom.
Ele também descobriu que a principal molécula que regula essa transformação de gordura ruim em gordura boa é o metabólito pirofosfato de geranilgeranila.
Já se sabia também que a via bioquímica do colesterol é igualmente central para o funcionamento das estatinas - um dos seus efeitos é reduzir a produção justamente do pirofosfato de geranilgeranila.
É por isso que os pesquisadores queriam saber se as estatinas também afetam a formação do tecido adiposo marrom.
Estatinas reduzem gordura boa
E, de fato, é isso o que acontece, conforme Balaz demonstrou em experimentos com camundongos e humanos: As estatinas reduzem o tecido adiposo marrom, ou gordura boa.
Também se confirmou outro efeito negativo das estatinas: em doses elevadas, o medicamento aumenta ligeiramente o risco de algumas pessoas desenvolverem diabetes - como já havia sido demonstrado em outros estudos.
"É possível que esses dois efeitos - a redução do tecido adiposo marrom e o risco ligeiramente aumentado de diabetes - estejam relacionados," disse o professor Christian Wolfrum, acrescentando que essa questão exigirá mais pesquisas antes que se parta para demonizar as estatinas.
A pesquisa foi publicada na revista Cell Metabolism.
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