Controle da longevidade
Biólogos identificaram um gene que eles afirmam ser capaz de retardar o processo de envelhecimento em todo o corpo.
Para isso, garantem eles, basta ativar "remotamente" esse gene, acionando-o em órgãos-chave.
Trabalhando com moscas da fruta, os cientistas ativaram um gene chamado AMPK, que é um sensor de energia essencial das células - ele é ativado quando os níveis de energia celular ficam baixos.
O aumento da quantidade de AMPK no intestino das moscas da fruta resultou em um aumento no tempo de vida dos insetos em cerca de 30% - e as moscas ficaram mais saudáveis também.
Para um ser humano com expectativa de vida de 80 anos, isso significaria poder viver até os 104 anos.
David Walker e seus colegas da Universidade da Califórnia em Los Angeles (EUA) afirmam que essa pesquisa pode ter implicações importantes para retardar o envelhecimento e as doenças em seres humanos.
"Nós demonstramos que, quando ativamos o gene no intestino ou no sistema nervoso, vemos o processo de envelhecimento ser retardado além do sistema do órgão em que o gene é ativado," disse Walker.
Genética por controle remoto
Walker afirma que os resultados são importantes porque aumentar a vida saudável dos seres humanos presumivelmente exigirá proteger muitos dos sistemas de órgãos do corpo dos danos do envelhecimento - mas aplicar tratamentos antienvelhecimento em órgãos essenciais como o cérebro pode ser tecnicamente difícil.
O estudo sugere que ativar o gene AMPK em um órgão mais acessível, tal como o intestino, por exemplo, poderia retardar o processo de envelhecimento ao longo de todo o corpo, incluindo o cérebro.
Os seres humanos têm o gene AMPK, mas ele geralmente não é ativado em um nível elevado, segundo Walker.
"Em vez de estudar as doenças do envelhecimento - a doença de Parkinson, Alzheimer, câncer, acidente vascular cerebral, doença cardiovascular, diabetes - uma por uma, acreditamos que seja possível intervir no processo de envelhecimento e retardar o aparecimento de muitas destas doenças," disse o pesquisador.
"Nós não estamos lá ainda, e pode, é claro, levar muitos anos para isso, mas acreditamos que o nosso objetivo é realista," concluiu ele.
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