É possível prever a ocorrência de anorexia e bulimia, dizem pesquisadores

A descoberta promete dar aos pais e médicos uma chance melhor de detectar esses distúrbios alimentares mais cedo.
[Imagem: CC0 Public Domain/Pixabay]

Sinais dos distúrbios alimentares

Problemas sérios de distúrbio alimentar - como anorexia e bulimia - podem dar sinais de alerta precoces, permitindo uma intervenção com mais chance de êxito do que quando o problema já se manifestou.

A descoberta, feita por pesquisadores da Universidade de Swansea (Reino Unido), promete dar aos pais e médicos uma chance melhor de detectar esses distúrbios alimentares mais cedo.

Os resultados, publicados no British Journal of Psychiatry, mostram que pessoas diagnosticadas com um distúrbio alimentar apresentam taxas mais altas de outras condições e de prescrições nos anos anteriores ao seu diagnóstico.

Para isso, a equipe analisou os registros de saúde eletrônicos anônimos e as internações hospitalares de 15.558 pessoas diagnosticadas como tendo transtornos alimentares entre 1990 e 2017.

Nos dois anos anteriores ao seu diagnóstico, os dados mostram que estas 15.558 pessoas tiveram:

• Níveis mais altos de outros transtornos, como transtornos de personalidade, distúrbios relacionados ao consumo de álcool ou depressão.
• Níveis mais altos de acidentes, lesões e lesões autoprovocadas.
• Maior taxa de prescrição de medicamentos para o sistema nervoso central, como antipsicóticos e antidepressivos.
• Maior taxa de prescrições de medicamentos gastrointestinais (para constipação e problemas estomacais, por exemplo) e de suplementos dietéticos (multivitaminas, ferro etc.).

Desta forma, olhar para um, ou uma combinação, desses fatores pode ajudar a identificar os distúrbios alimentares mais cedo.

"Não posso enfatizar o suficiente a importância da detecção e intervenção precoce para transtornos alimentares. Atrasos em receber diagnóstico e tratamento são tristemente comuns e também associados a resultados mais desfavoráveis e a muito sofrimento," disse a Dra Jacinta Tan, coordenadora da pesquisa.

• Distúrbio alimentar pode ser herdado psiquicamente